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Terceirização retarda início de aulas e funcionamento de restaurantes

A terceirização retardou o início das aulas. A Creche Francesca Zacaro Faraco e Ludoteca da UFRGS, que deveria voltar às atividades nesta terça-feira (24), não abriu devido ao atraso de pagamento do dissídio coletivo dos professores terceirizados. A notícia causou indignação aos pais das crianças matriculadas, muitos deles servidores técnico-administrativos da UFRGS e até da UFCSPA. Em busca de solução para o impasse, os pais reuniram-se com a equipe de técnicas que trabalham na escola e os Coordenadores da Assufrgs Igor Correa Pereira e Maria de Lourdes Oliveira para dirigir-se à Reitoria.

 

Participaram da reunião representando os pais o docente da UFRGS I Juca Pirama Gil, a técnica administrativa do CPD Manuela Klanovicz Ferreira, o técnico da Física Anderson Pereira. Representando a equipe da creche Leonir de Pariz e Betina Graeff. Pela Assufrgs Igor Pereira, e pela Reitoria João Roberto Braga de Mello pelo gabinete do Reitor, Vânia Pereira pela PROGESP, Rosane Stona e Maria da Graça Munareto Rodrigues pela GERTE. Na reunião, a Reitoria repassou informações a pais e equipe da Creche. A paralisação das atividades dos professores terceirizados ocorre devido aos constantes atrasos salariais e inconformidades por parte da empresa Multiágil, a qual é responsável pela terceirização dos contratos destes trabalhadores com a UFRGS. Soma-se ao atraso do pagamento o atraso na licitação dos Restaurantes, incluindo o da Creche e todos os demais restaurantes da Universidade. 

 

Dissídio coletivo dos professores terceirizados

Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINPRO/RS), além dos atrasos de salário, os professores terceirizados sofrem com o “não repasse dos reajustes garantidos em dissídio coletivo, e descumprimento de cláusulas da Convenção Coletva de Trabalho (CCT) – acordada entre o Sinpro/RS e Sindicreches, o sindicato patronal”.

 A diretora do SINPRO/RS Margot Andras informou que o dissídio dos professores foi à justiça ano passado, tendo resultado da sentença em dezembro o qual assegura o pagamento do díssidio dos professores. Para as empresas que não fizeram o adiantamento de tal, deveriam ter pago em duas parcelas (janeiro e fevereiro de 2015) junto aos salários dos professores. No entanto, a Multiágil não efetuou o pagamento retroativo de maio a dezembro de 2014. 

 Em janeiro deste ano, o Sinpro/RS já havia notificado a empresa Multiágil pelas inconformidades trabalhistas. Para garantir o cumprimento das disposições da CCT, a empresa também foi notificada, em reunião, quanto a obrigação dos pagamentos retroativos aos professores. O Sinpro/RS teve nesta segunda (23), reunião com GERTE para buscar soluções para os trabalhadores.

 A GERTE informou que a empresa Multiágil comunicou o pagamento dos díssidios na tarde de segunda (23/02). Na manhã de terça (24/02) algumas terceirizadas já confirmaram o recebimento do pagamento. As aulas reiniciam na quarta dia 25/02, a princípio em meio turno.

 

Restaurantes fechados por atraso no processo de licitação

 A delegada sindical da Assufrgs na Creche Leonir de Pariz informou que a redução de turno se deve ao atraso do processo de licitação da empresa terceirizada para atender não somente a cozinha da creche, mas todos os Restaurantes Universitário da UFRGS. Conforme a PROGESP, a empresa que havia ganho à licitação não conseguiu atender às exigências das normas de condições de trabalho, chamando assim as próximas da lista. A quarta empresa, classificada na licitação, assinará contrato apenas nesta terça-feira (24). Os Restaurantes Universitário (RU’s) e o Restaurante da Creche Francesca Zacaro Faraco e Brinquedoteca da UFRGS não tem previsão de funcionamento.

 A gerente da GERTE Maria da Graça Munareto Rodrigues admitiu a dificuldade da UFRGS em monitorar e controlar imprevistos na relação com as empresas terceirizadas. Enfatizou a importância da parceria com os sindicatos para ajudar nessa tarefa de fiscalização do cumprimento dos acordos e reiterou seu empenho para regularizar a situação dos restaurantes e da Creche. 

 O coordenador Igor Pereira solicitou mais uma vez o levantamento dos custos com as empresas terceirizadas na UFRGS, a partir das resoluções da FASUBRA. A Assufrgs já havia feito o pedido com o Reitor e Comissão de Trabalhadores de Empresas Terceirizadas. O levantamento dos custos tem como objetivo mostrar na prática o custo da terceirização que é mais caro e tem se demonstrado, como no caso em questão, ineficientes na prestação de serviços à Universidade. A PROGESP informou que os dados sobre a terceirização são públicos e serão enviados à Assufrgs para o levantamento proposto pela FASUBRA.