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Eronita: Sentimento e falta, perdemos uma guerreira

Alguém, em algum momento, deve ter escrito que a morte de uma pessoa querida modifica a vida dos que ficam, choram, sentem a falta que não vai ser recuperada. Assim, para mim, é o caso da partida da querida amiga Eronita. Lutadora, guerreira, jovem mulher em seus muitos anos de uma maravilhosa rebeldia e irreverência pelos poderes instituídos.

Querida Eronita, que bom seria se pudesses ter deixado este teu legado de luta e resistência a alguns de nós, que te contemplávamos nas vigorosas intervenções em Assembléias da ASSUFRGS; esperávamos sempre uma fala emocionada quando te chamavam ao microfone. Lembro, tua voz ecoava e para muitos incomodava e dava intranqüilidade, uma inquietação que os esquerdistas e direitistas não conseguiam produzir; era no Salão de Atos, no RU do Centro, nas Greves…

Lembro de quando mobilizamos a Universidade nas discussões e greves; tu, o Rogério, a Verinha, a Toto … tantas pessoas que viveram junto e gostam de ti. Vais e me lembro de nossa última conversa, quando me visitastes pela última vez, há um mês atrás: já doente, mas vital e eternamente inconformada com as injustiças, carregavas a virtuosidade que só têm aqueles que a vida foi sinônimo de muita luta e dificuldades; brincaste conosco e te relacionastes tão bem com todos que, mesmo os que não tinham intimidade contigo, sentiam-se à vontade (alguns ficavam até incomodados com a irreverência).

Esta é tua vida: ajudasses pessoas, de todas as idades, a viver; trabalhou por muitos anos, aposentou e nos deu o grato convívio da presença. Tua falta pode não ser sentida por alguns, mas, com certeza, para muitos tens ainda lições a ensinar.

Beijo de Saudade.
Rui Muniz
Prefeito do Campus do Vale