Yeda Crusius e Olívio Dutra disputam o segundo turno no Estado
Repetindo o fenômeno de 2002, o candidato que aparecia em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais venceu a disputa no primeiro turno neste dia 1º de outubro de 2006.
O resultado das urnas começou a ser desenhado há duas semanas, quando as análises sobre a intenção de voto para o governo do Estado apontavam o crescimento de Yeda Crusius (PSDB) à frente de Olívio Dutra (PT), até então o nome que as pesquisas indicavam para disputar o segundo turno com Germano Rigotto (PMDB). Yeda Crusius (PSDB) passou os favoritos em todos os levantamentos, com 32,90% da preferência dos gaúchos.
Rigotto lamenta o resultado das urnas
Em entrevista coletiva concedida no comitê de campanha da coligação União pelo Rio Grande, em Porto Alegre, o governador Germano Rigotto falou do sentimento pessoal e da militância do PMDB, PTB, PMN com o resultado final das eleições. "O sentimento é de tristeza por não conseguirmos o resultado que esperávamos, tristeza por todos que estiveram do nosso lado", disse emocionado.
Rigotto valorizou os três anos e 10 meses de sua gestão, pautada na ética e na transparência, e reconheceu o erro em optar por continuar governando o Estado durante a campanha eleitoral. "Não podia me afastar dos compromissos de governador no momento em que os gaúchos mais precisavam de mim", justificou.
Olívio vai buscar apoio dos partidos derrotados
Já o candidato Olívio Dutra, que concorre pela coligação PT-PCdoB, afirmou que o RS não pode ter mais quatro anos de crescimento negativo e que pretende manter o diálogo com todos os setores da sociedade.
Sobre as possíveis alianças no segundo turno, o petista explicou que a disputa será entre dois campos distintos. "Queremos dialogar com todas as pessoas de bem, de diferentes partidos e que defendem o controle público do Estado. Vamos conversar com todas as lideranças políticas que tenham afinidade com essa visão da política ", acrescentou.
Perfil de Yeda Crusius
Yeda Rorato Crusius, que concorre ao governo do Estado pela coligação PSDB-PFL-PPS-PL-PAN-PRTB-PHS-PTC-Prona-PTdoB-PSC, nasceu na capital paulista e herdou do pai a paixão pela política. Graduada em Economia pela USP, obteve bolsa de estudos para o mestrado nos Estados Unidos. Lá conheceu Carlos Augusto Crusius, natural de Passo Fundo, outro jovem economista fazendo mestrado. Casaram-se e vieram para Porto Alegre em 1970 e tiveram dois filhos. Tornaram-se professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No Estado, Yeda construiu sua vida e a carreira no magistério, no jornalismo e na política.
Foi ministra do Planejamento, em 1993, durante o governo de Itamar Franco, e eleita deputada federal nos anos de 1994, 1998 e 2002. Em 2002, recebeu mais de 170 mil votos, a quarta maior votação do Estado e a maior entre as mulheres.
Yeda Crusius foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, em 1999. Também foi a primeira mulher a assumir a vice-presidência da Comissão Mista de Orçamentos do Congresso Nacional.
Fundadora do PSDB Mulher, em junho de 1998 também foi eleita presidente da Executiva Nacional do PSDB Mulher. Nessa função, coordenou a participação das tucanas na formulação de políticas e programas voltados à proteção e ao bem-estar da mulher. É presidente do PSDB do Rio Grande do Sul desde agosto de 2005.
Perfil de Olívio Dutra
Natural de Bossoroca, na Região das Missões, Olívio Dutra é filho de uma família de pequenos agricultores. Formado em Letras pela Ufrgs, é casado desde 1968 com Judite da Rocha Dutra, com quem tem dois filhos.
Funcionário aposentado do Banrisul, foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários da Capital em 1975. Quatro anos depois foi preso e teve seu mandato sindical cassado pela ditadura militar por ter sido um dos líderes da greve geral dos trabalhadores no Rio Grande do Sul. Um dos fundadores do PT em 1980, Olívio Dutra foi presidente estadual do partido até 1986 e eleito para a presidência nacional da sigla no ano seguinte. Os cargos eletivos começaram em 1986, quando foi eleito deputado federal constituinte.
Em 1982, foi candidato a governador do Estado e com 50.713 votos consolidou a estruturação do partido no Rio Grande do Sul. Em 1988, Olívio Dutra venceu as eleições para a prefeitura de Porto Alegre com 247.517 votos. Em sua administração implementou o Orçamento Participativo e inaugurou na Capital uma seqüência de administrações petistas, que se sucedeu até 2004.
Em 1994, foi candidato em uma das eleições mais disputadas da história do Rio Grande do Sul para o cargo de governador. Recebeu 1.560.992 votos no primeiro turno e 2.453.174 no segundo. Nas eleições de 1998, foi eleito governador do Rio Grande do Sul com cerca de 51% dos votos válidos. Em 2002, disputou as prévias internas do PT para candidatar-se à reeleição ao governo do Estado.
No ano seguinte foi nomeado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva ministro das Cidades. Tem 65 anos e concorre ao governo do Estado pela coligação PT-PCdoB.
Veja como ficou a disputa ao governo do Estado:
Yeda Crusius (PSDB): 32,90%
Olívio Dutra(PT): 27,39%
Germano Rigotto(PMDB ): 27,12%
Francisco Turra (PP): 6,66%
Alceu Collares (PDT): 3,71%
Roberto Robaina (PSOL): 1,11%
Beto Grill (PSB): 0,59%
Edison Pereira (PV): 0,44%
Guilherme Giordano (PCO): 0,05%
Pedro Couto (PSDC): 0,02%
Votos Válidos: 6.192.876
Votos Brancos: 290.888
Votos Nulos: 192.259
Votos Apurados: 7.749.671
Com informações de Roberta Amaral/Agência da Assembléia Legislativa