Negros destacam sua luta histórica no Dia Nacional da Consciência Negra
No Dia Nacional da Consciência Negra, as lutas históricas dos afro-descendentes foram reafirmadas em diversos atos públicos realizados na Capital. Movimentos e entidades sociais se uniram em torno da igualdade racial, reivindicando a implantação dos sistema de cotas nos serviços públicos e em universidades, e em protesto à intolerância religiosa.
Ao meio-dia, a comunidade africanista se reuniu na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, onde foi feita a abertura religiosa das atividades. Durante à tarde, foi realizado um ato em frente ao Tribunal de Contas do Estado, criticando a decisão do órgão em relação às professoras cotistas concursadas da Capital, que tiveram seus cargos contestados por uma decisão do órgão. "As poucas vitórias que alcançamos são constantemente ameaçadas", lamentou o coordenador do Movimento Negro Unificado (MNU), Onir de Araújo.
Na Praça da Alfândega, foi realizado um ato pela igualdade na contratação de funcionários em estabelecimentos comerciais. "Hoje 44% da população do país é afro-brasileira, não podemos aceitar que ainda haja racismo", acrescentou Araújo. A titulação imediata do Quilombo Silva, na Capital, reconhecido nacionalmente, também foi reivindicada pela mobilização. "A nossa luta será permanente", destacou o coordenador do MNU.
As atividades do Dia Nacional da Consciência Negra, instituído em memória à morte do líder em 1695, culminaram com um ato litúrgico no Largo Zumbi dos Palmares, com a cerimônia dos axés e o batuque dos tambores.
A presidente do Fórum Estadual das Religiões de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar, Vera Soares, destacou o resgate das tradições africanas, enquanto identidade de um povo historicamente excluído. "Exaltamos a ancestralidade e a legitimidade do povo negro, que ainda é discriminado", disse.
Fonte: Correio do Povo