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Centrais sindicais fazem protestos contra aumentos dos parlamentares

A terça-feira (19) na capital federal foi marcada por diversas manifestações contra o reajuste de quase 91% no salário de deputados e senadores. Logo no início do dia, a Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF) trouxe para frente do Congresso uma garrafa de 4 metros de óleo de peroba. Os sindicalistas prometeram ainda, distribuir nesta quarta (20), no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, aos parlamentares que estiverem chegando a capital.

A presidente da CUT-DF, Rejane Pitanga, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal que determina votação em plenário do reajuste parlamentar. Segundo ela, o aumento de aproximadamente R$ 12 mil para R$ 24.500,00 provocou indignação na população. "Estamos sentindo no contato com o povo a indignação da população brasileira com esse reajuste. É imoral, é indecente, é inadmissível", disse.

Segundo ela, os sindicalistas continuarão pressionando contra um reajuste de quase 91%. "Vamos continuar. Vamos estar nas ruas recolhendo assinaturas, vamos estar nas feiras, grandes locais de concentração popular.Queríamos que os parlamentares fossem para rua, tivessem coragem de sair de seus gabinetes, e fosse conversar com o povo que elegeu e está profundamente com essa decisão do Congresso Nacional", destacou.

Estudantes do Distrito Federal também se reúniram em frente ao Congresso. Nem todos se conheciam e alguns ficaram sabendo do manifesto por e-mails. Hércules da Silva, de 18 anos, que estuda Letras na Universidade de Brasília (UnB) explicou que foi combinado que o ato seria contrário ao aumento, que ele considera abusivo. "Foi combinado que não seria algo partidário, mas contra o reajuste", explicou.

Pedro Lima, de 21 anos, estudante de Relações Internacionais da UnB criticou o reajuste e disse que os deputados e senadores "não trabalham tanto assim" para ganhar R$24,500,00 e mais benefícios. "A política deveria sere vocação e não carreira", comentou.

Porto Alegre

Na Capital gaucha, a CUT/RS realizou uma manifestação, das 12h às 13h, na Esquina Democrática. “Entendemos que os parlamentares deveriam estar voltados para a defesa de temas prioritários e de interesse nacional, como por exemplo a luta para que o reajuste do salário mínimo seja de R$ 420,00 articulando esta reivindicação à construção de uma política de valorização permanente do salário mínimo nacional”, afirmou o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski.

“Lembramos também que a conseqüência deste reajuste abusivo terá repercussões profundas nos Estados; no caso do Rio Grande do Sul, a crise do Estado gaúcho poderá ser aprofundada, com significativo aumento dos gastos, inviabilizando a construção de uma política permanente de valorização do piso salarial regional e intensificando as desigualdades salariais e sociais”, ressaltou o dirigente da Central.

São Paulo

Dezenas de pessoas também participaram nesta terça (19) de ato público em São Paulo.  A manifestação foi organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Praça do Patriarca, no centro da capital paulista. A central convidou a população a aderir a um abaixo-assinado.

De acordo com a CUT, ao longo desta semana, estão sendo realizados atos em todos os estados e coleta de assinaturas em várias capitais para um abaixo-assinado contra o aumento salarial para os congressistas. “A proposta causa mais indignação ainda quando a gente vê os deputados e senadores propondo aumento do salário mínimo para R$ 375”, disse o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos.

Fonte: Agência Brasil/com informações da CUT/RS