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Ministério quer mais parcerias com estados para ampliar educação indígena

Um levantamento do Ministério da Educação (MEC) revelou que o número de alunos e escolas indígenas aumentou 50% nos últimos quatro anos. O coordenador de Educação Indígena do ministério, Kleber Gesteira, atribui o crescimento à procura de vagas por parte dos índios e aos investimentos feitos pelos governos federal e estadual em formação de professores, produção de materiais didáticos e implantação de escolas.

Ainda assim, nos próximos anos, entre as principais metas do ministério para educação indígena está a ampliação do número de escolas por meio de convênios com as secretarias de educação dos estados. Também está nos planos do órgão o aumento do número de professores e a publicação de material didático específico, como cds e livros.

De acordo com o Ministério da Educação, cerca de um terço das escolas indígenas estão localizadas no estado do Amazonas. No município de São Gabriel da Cachoeira (AM), por exemplo, todas as 203 escolas são indígenas. Mas nem sempre foi assim.

A estudante de medicina Lucélia Dias, de 23 anos, da etnia Tukano, vive em São Gabriel e conta que durante toda vida escolar teve de estudar em escolas não-indígenas do município.

Lucélia considera importante a existência de escolas com conteúdos específicos da cultura indígena, em especial o ensino da língua, o que, segundo ela, contribui para que o índio aprenda a ter orgulho de sua cultura.

“A gente pode aprender, dar valor a nossa cultura. Muitas crianças que antes tinham vergonha de ser índio, de falar outra língua, agora passam a ensinar aos seus colegas e mostrar que falar outra língua, mesmo que seja da sua etnia, agora é uma questão de orgulho”, diz a estudante.

Fonte: Tânia Paula Pereira/A Voz do Brasil