Avaliação de Lula é superior a de Yeda Crusius, diz pesquisa
Pesquisas realizadas para avaliar o primeiro mês de um governo sempre carregam consigo a marca da precariedade. Afinal de contas, o tempo avaliado ainda é bastante curto e o resultado da pesquisa tende a repetir a tendência que definiu o recente resultado eleitoral. Mas uma pesquisa divulgada segunda-feira (12) no Rio Grande do Sul, comparando o desempenho dos governos federal e estadual em janeiro mostra uma inversão desta tendência. No final de outubro de 2006, o PT foi derrotado pelo PSDB na eleição estadual e o presidente Lula teve no Estado um de seus piores desempenhos eleitorais. Os resultados do levantamento divulgado segunda-feira mostram uma alteração neste quadro.
A primeira pesquisa realizada pelo recém-criado DataUlbra, Instituto de Pesquisa e Opinião, da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), avaliou os primeiros 30 dias dos governos Lula e Yeda, bem como a opinião dos gaúchos para 2007 e sobre temas como inflação, desemprego, custo de vida e capacidade de compra.
Segundo a pesquisa, nos primeiros 30 dias dos governos federal e estadual, os gaúchos deram nota 6,03% para Lula e nota 5,30 para Yeda Crusius. No mesmo período, o governo Lula registrou 61% de aprovação, contra 52,5% do governo Yeda. O levantamento foi realizado entre os dias 29 e 31 de janeiro, entrevistando 1.800 pessoas em 48 cidades do Estado.
A pesquisa também avaliou o primeiro mês dos governos federal e estadual do ponto de vista do cumprimento das promessas feitas em campanha. No caso do governo Yeda, 51% disseram que ela não está cumprindo as promessas de campanha, enquanto apenas 38% disseram que ela está cumprindo. No caso do governo Lula, 47,1% responderam que ele está cumprindo as promessas de campanha, contra 45,3% que disseram que não está cumprindo.
Os entrevistados também responderam questões sobre a possibilidade de privatizações no Estado, rejeitando amplamente essa idéia: 85% no caso do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), 86% no da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), 85% no da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), e 79% no caso de outras empresas estatais. Uma ampla maioria, 94% rejeitou a proposta de aumento de impostos. E 64% manifestaram-se contrários à proposta de congelamento do salário dos servidores.
Esses números apontam uma tendência política diferente daquela registrada nas urnas, no final de outubro de 2006. Vale a pena lembrar que Yeda fez 53,94% dos votos válidos nas eleições de outubro de 2006, enquanto Lula teve no estado um de seus piores desempenhos no país. O candidato tucano Geraldo Alckmin recebeu 3.485.916 votos (55,35% dos válidos) e Lula teve 2.811.658 (44,65% dos votos válidos). Três meses depois, Lula parece ter recuperado terreno e a governadora Yeda Cruisus perdido popularidade.
A pesquisa do DataUlbra não teve grande repercussão na mídia gaúcha nesta terça-feira. Apenas o jornal O Sul publicou uma pequena nota sobre a mesma, sem mencionar os números divulgados. A nota limitou-se a reproduzir uma frase do professor de ciência política da Ulbra, Juliano Corbelini: "a pesquisa mostra que há um grau razoável de aprovação em relação às administrações".
Fonte: Marco Aurélio Weissheimer – Agência Carta Maior