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ONU mostra que aquecimento global pode ser contido com baixo impacto no PIB mundial

Salvar o planeta é possível, não custa caro, mas as ações devem começar logo. Essa é a principal conclusão da terceira parte do quarto Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado hoje (4) em Bangcoc, na Tailândia.

O relatório, cujo tema central é a mitigação das mudanças climáticas, apresenta três cenários futuros de redução de emissão de gases que causam o efeito estufa, uma das causas do aquecimento global. Há também um preço, calculado com base no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, para cada cenário.

No primeiro cenário, o mais otimista dos três, a quantidade de gás carbônico (CO²) acumulada na atmosfera até 2030 permaneceria entre 445 e 535 partes por milhão (ppm). Para isso, o IPCC estima que bastaria reduzir o crescimento do PIB global em 0,12% por ano. Isso geraria uma redução de cerca de 3% no PIB global em 2030 e cerca de 5,5% em 2050.

No segundo cenário, as emissões deveriam ficar estabilizadas no patamar de 550 ppm, e no terceiro e mais pessimista, as emissões ficariam em 650 ppm. Para o pior cenário, o IPCC considera que o PIB mundial poderia crescer até 1,2% em 2030 e 2% em 2050.

O relatório afirma que, para evitar que a temperatura do planeta suba mais do que 2ºC – o que causaria mudanças climáticas prejudiciais -, seria necessário garantir que os gases acumulados na atmosfera fossem mantidos conforme o primeiro cenário. O que é possível diminuindo a emissão atual de gases.

Caso os países não adotem medidas eficazes a curto prazo e o terceiro cenário se concretize, o aumento da temperatura no planeta poderá chegar até a 4ºC. Os efeitos do aquecimento seriam secas, perda de biodiversidade e furacões, entre outras catástrofes.

“Com as políticas atuais na diminuição das mudanças climáticas e as práticas de desenvolvimento sustentável, as emissões globais de gases do efeito estufa vão continuar crescendo nas próximas décadas”, afirma o relatório. Até 2030, esse crescimento pode ficar entre 25 e 90%.

Fonte: Ana Luiza Zenker e Irene Lôbo/Agência Brasil