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Assembléia Geral aprova apoio às Cotas na Ufrgs

Além de definir o calendário de atividades, os servidores presentes à Assembléia Geral desta quinta-feira, dia 28, no saguão da Reitoria, aprovaram total apoio à adoção da cotas sociais e raciais na Ufrgs. Apenas duas pessoas votaram contra e duas se abstiveram.

O representante da bancada dos técnicos na Comissão Especial de Cotas do Consun, Edílson Navarro, explicou a proposta apresentada no dia 15 de junho na reunião do Conselho e que sofreu forte resistência, adiando a decisão para o dia 29. Segundo ele, neste período a comissão recebeu uma série de emendas e conseguiu fechar uma proposta em consenso com um grupo de diretores. A proposta reduz o índice, mas ainda garante, a partir do vestibular de 2008, 30% de vagas sociais, para estudantes egressos de escolas públicas, e destes 30%, 50% serão destinadas para as cotas étnicas (índios e negros). Este índice ficaria até 2013, quando poderá ser revisto.

A comissão especial foi criada em outubro de 2006 com cinco membros do Consun e quatro do Cepe. São dois técnico-administrativos, um estudante e cinco professores. Segundo Edílson, foram analisadas várias experiências bem sucedidas. Em todo o Brasil, 35 universidades adotaram as cotas raciais e sociais.

A servidora Maria Conceição Lopes Fontoura defendeu a adoção das cotas na Ufrgs. Ela fez um resgate histórico da luta pelas Ações Afirmativas. Segundo Conceição, em 2001, a 3º Conferência contra o Racismo, da qual participaram quase 200 países, inclusive o Brasil, apontou a escravidão como crime de lesa-humanidade. E definiu que todos os países que se nutriram da escravidão tem que reparar este crime contra negros e índios. “É importante que as pessoas tenham consciência de que as ações afirmativas, entre elas as cotas na Universidade, não são benesses, mas uma obrigação para pagarmos a dívida histórica que temos com os negros”, salientou.

Também defendendo as cotas, a servidora Vera Rosane destacou que o consenso obtido com os diretores coloca primeiro as cotas sociais e depois as raciais, demonstrando a resistência à proposta. “Na nossa Universidade, 90% dos professores e dos estudantes são brancos, já a nossa categoria tem 60% de negros. É óbvio que eles não querem que nossos filhos estudem aqui. O que nós estamos fazendo então construindo a Universidade da burguesia? Nós podemos servir o cafezinho, como foi expresso nas pichações nos muros da Ufrgs, mas o nosso filho não pode estudar aqui”, enfatizou.

Após a Assembléia, os servidores distribuíram uma Carta Aberta à comunidade universitária no Campus Centro. Já, no início da tarde, representantes do Comando de Greve abordaram uma comissão com o senador Paulo Paim, os deputados estaduais Adão Villaverde e Stela Farias e os federais Manuela D’Avila, Maria do Rosário e Adão Pretto, que foram à Reitoria levar um manifesto a favor das Cotas. Foi entregue a eles documento da Fasubra contra o PLP 1/07.

Por Katia Marko