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Campanha da Vale do Rio Doce mobiliza interior gaúcho

A campanha pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce vem se espalhando pelo Rio Grande do Sul. Além de Porto Alegre, já foram criados comitês regionais em Erechim, Santa Maria, Pontão, Pelotas e Cruz Alta.

Em todas as regiões gaúchas, entidades, pastorais e movimentos sociais realizam encontros para debater as perdas que a privatização da empresa trouxe ao país. Na opinião de Irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, de Santa Maria, a campanha servirá para que a população reflita sobre o patrimônio público.

"O plebiscito é uma grande oportunidade de participação popular. É uma oportunidade de decisão, de participação e de formar consciência nas pessoas, já que como cidadãos temos o direito de opinar", diz.

O ponto alto da campanha será o plebiscito popular, que ocorre entre os dias 1º e 7 de Setembro em todo o país. Na consulta, a população irá votar em cinco perguntas. Quatro, são referentes à Vale do Rio Doce, Reforma da Previdência, pagamento da dívida externa e preço da energia elétrica. A quinta pergunta é específica para o Rio Grande do Sul, sobre os pedágios.

Urnas estarão espalhadas por todas as cidades gaúchas. Qualquer pessoa pode votar, desde que leve consigo um documento de identidade. Menores de 16 anos também votam, mas em urna separada. Os resultados da consulta serão divulgados até o dia 20 de Setembro.

Irmã Lourdes é a favor da anulação do leilão. Para ela, a venda da Vale do Rio Doce em 1997 foi um ato irresponsável. "A Vale do Rio Doce foi vendida por um preço muito irrisório. Ela vale bilhões de reais, e a gente sabe que a empresa que a comprou hoje está explorando muito", diz.

Entre as entidades promotoras do plebiscito, estão a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pastorais sociais, Cáritas, Via Campesina, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Cpers e União Nacional dos Estudantes (UNE).

A Companhia Vale do Rio Doce foi vendida em um leilão em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, por R$ 3,3 bilhões. Hoje, seu valor de mercado está avaliado em mais de R$ 200 bilhões.

Fonte: Raquel Casiraghi/Agência Chasque