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Repórter da Globo é do exército de Israel?, artigo do jornalista Altamiro Borges

Uma informação bombástica circula na globosfera: a jornalista Renata Malkes, correspondente da Globo News e do jornal O Globo em Gaza, seria uma sionista militante. A denúncia foi feita pelo blog Cloaca, que monitora as práticas do “jornalismo esgoto”. Ele vasculhou e descobriu alguns textos da repórter da Globo, postados no seu blog pessoal Balagan – que, curiosamente, já foi deletado. No topo da página, a imagem de um palestino, associado à figura de um terrorista, e a chamada: “Não lhes dê um estado”. Os textos revelam o mais abjeto preconceito racista.

Entre outras sandices, Malkes escreveu: “Parece piada! Eles querem criar um Estado Palestino independente e ainda entupir Israel com seus milhares de refugiados mortos de fome. Faça-me o favor”. Noutra postagem, considera “patética” até uma declaração de FHC favorável à criação do Estado Palestino. “Tupiniquim tem mais é que cuidar de dengue”. Ele também ataca o MST, que enviara uma delegação de solidariedade à região, e ridiculariza a Venezuela por ser “amiga dos brimos”. Vários artigos tratam os árabes e os palestinos como “burros” e “mentirosos”.

O “sonho” de ingressar no exército

O Balagan cumpriu um papel tão pernicioso que recebeu do jornal israelense Yediot Aharonot o epíteto de “warblog” por sua “excelência na propaganda sionista”. Cloaca também traz a tona outras duas histórias sinistras da atual jornalista da TV Globo. Numa de suas postagens, ela se mostra exultante com a possibilidade de realizar o seu “sonho” de ingressar no Exército de Israel – mas não há registros oficiais sobre o seu recrutamento. Cloaca revela ainda que a repórter foi presa por autoridades libanesas, em julho de 2007, por “falsidade ideológica e espionagem”.

Com dupla cidadania, israelense e brasileira, ela teria ingressado no Líbano de maneira ilegal, sendo alvo de “perseguição” do Hezbollah. No seu próprio blog, ela se vangloria da peripécia e por ter sido citada em inúmeros veículos, como o jornal Daily Star, a TV Al Jazeera e em várias emissoras israelenses. “Foi uma jornada longa e posso dizer que a mais difícil dos meus nove anos como jornalista. Mentir sobre a origem, evitar detalhes de vida em conversas informais e enganar pessoas que me ajudaram tanto foram tarefas terríveis”, confessa a repórter.

“Vergonha de determinadas posições”

Alvejada em cheio pelas denúncias, a jornalista logo postou um esclarecimento público no seu blog, “O outro lado da Terra Santa”, também hospedado nas páginas da Rede Globo. Segundo garantiu, ela nunca pertenceu ao Exército de Israel. “Ao chegar a Israel, tive sim vontade de ingressar nas Forças Armadas para compreender melhor o funcionamento desta complexa máquina de guerra”, mas desistiu. Com relação ao Balagan, explicou que o deletou, em meados de 2007, “por motivos de segurança”. Quando ao seu conteúdo, afirma que eram “textos escritos num espaço pessoal, entre os anos 2001 e 2006… antes de atuar como repórter de O Globo”.

Ela deixa implícito que teria se arrependido das coisas que escreveu no seu antigo blog. “Quem pensa muda… Sempre admiti ter vergonha de determinadas posições que tive no passado. A vivência diária do conflito me fez abrir os olhos e ampliar minha percepção acerca dos fatos e do significado do sentimento de humanismo… Eu fazia parte desse mesmo grupo de pessoas que vêem a realidade com olhos maniqueístas e reagem com intensidade brutal… Por sorte, aprendi em seis anos de vivência aqui que a realidade do conflito israelo-palestino não é preta e branca”.

O maquiavélico Ali Kamel

Diante do exposto, a magoada Malkes diz que tem “sido vítima constante deste tipo de ataques. Quando trabalhei como produtora de uma tevê israelense, acusaram-se de ‘trabalhar no governo israelense’”. Na sequência, em 2007, um após o ataque israelense ao Hezbollah, “mais uma vez fui difamada, já que os mesmos grupos acusaram-me de ter sido presa no Líbano por falsidade ideológica. Nunca trabalhei no governo de Israel, tampouco servi no exército israelense ou mesmo fui presa no Líbano”, jura a repórter.

Dadas as explicações, o mais crédulo dos humanos ainda achará muito estranho que a direção da TV Globo tenha enviado como correspondente da carnificina em Gaza uma jornalista com esta sinistra trajetória. É evidente que o maquiavélico diretor-executivo de jornalismo da emissora, Ali Kamel, batizado de Ratzinger pelos jornalistas que o conhecem, sabia deste passado militante e que ele interferiria na cobertura do atual genocídio. Uma repórter com este histórico sionista estaria talhada para manipular a cobertura da maior emissora privada de televisão do Brasil.

Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com