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Investimento público é a saída para combater crise no Rio Grande do Sul

Economistas são unânimes em afirmar que o combate à crise no Rio Grande do Sul passa por mais investimento público e estímulo ao consumo. No entanto, têm avaliações diferentes sobre o quanto o governo estadual deve se envolver para amenizar as perdas.

Para Antonio Carlos Fraquelli, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), as ações da governadora Yeda Crusius devem acompanhar o avanço da crise no exterior e das suas repercussões no estado. Ele afirma que é difícil tratar de uma crise sem saber a real profundidade.

"No RS estamos trabalhando a idéia de amenizar um quadro cuja dimensão e profundidade a gente não tem idéia até onde vai. Não se trata de tomar medidas em função de uma crise. E sim sincronizar algumas medidas no RS à medida que a crise avança", diz.

O economista também aponta que as ações do governo estadual dependem das medidas federais. É o caso da redução dos juros, que é de responsabilidade do Banco Central e tem impacto direto na economia gaúcha, baseada na exportação.

"Por mais que o RS tome iniciativas, nós dependemos muito de como vão cair as taxas de juros. No mundo como um todo se chegou ao patamar do juro zero. E no Brasil conseguimos derrubar em apenas 1% a taxa básica de juro", reclama.

Já o economista Ricardo Franzói, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), defende uma postura mais agressiva da governadora. A exemplo do governo federal, ele sugere o reajuste do piso regional para estimular o consumo dos gaúchos.

"Porque 60% do PIB do Brasil depende do consumo. Ou seja, da demanda das famílias, principalmente para aquelas que têm o salário menor, o salário vai todo para consumo no interior do país. Então é importante ter medidas que favoreçam a questão do consumo", explica.

Para os dois primeiros trimestres, que serão os mais críticos, Franzói afirma que os impostos poderiam ser adiados e o Banrisul poderia reduzir o spreed bancário, a fim de facilitar os empréstimos. O economista ainda defende o fim do ajuste fiscal de Yeda para que o estado invista em obras públicas.

“Ajuste fiscal neste momento é uma política que somente ajuda a piorar a crise. Agora, se o governo zerou o déficit mesmo e se tem toda essa política de investimento, ele pode continuar fazendo investimento sem prejuízo ao acordo com o Banco Mundial”, afirma.

Fonte: Raquel Casiraghi/Agência Chasque