Documentários analisam motivação de George Bush em guerras
O governo George W. Bush já acabou, mas dois documentários que estrearam no final de janeiro nos cinemas brasileiros levantam o lado mais sombrio do grupo que agora deixa o poder. De maneira bem diferente, o vencedor do Oscar de melhor documentário em 2008, Um Táxi Para a Escuridão, e Novo Século Americano analisam a tortura promovida nas bases militares americanas e as verdadeiras motivações americanas para as guerras no Afeganistão e no Iraque.
Novo Século Americano chega ao Brasil pelas mãos do diretor Fernando Meirelles, que viu o filme ano passado na Mostra de Cinema e ficou impressionado com as revelações feitas pelo diretor italiano radicado em Los Angeles, Massimo Mazzuco. "É um filme impressionante, comprando ou não suas teses", diz Meirelles.
O documentário chamou a atenção de Meirelles também por outros motivos. Massimo reuniu centenas de imagens do front americano no Iraque sem sair dos Estados Unidos. "A grande sacada do filme é como ele é produzido, como ele fez tudo quase sem dinheiro e sem sair de casa. Só hoje é possível fazer um filme assim", explica Meirelles, que pagou, por meio de sua produtora, a O2 Filmes, US$ 15 mil pelos direitos de exibição no Brasil, onde será narrado pelo ator Paulo Betti. No entanto, mesmo sem gastar muito, Mazzuco, ex-fotógrafo de moda, está perdendo a casa em que vive na Califórnia por causa da crise.
Com material vindo de toda parte, coube a Mazzuco a montagem final. Embora o filme esbarre várias vezes em teorias conspiratórias, há informações de grande impacto, como a de que Osama Bin Laden é procurado pelo governo americano por vários atentados, mas não pelos ataques de 11 de setembro de 2001. O filme mostra o próprio Bush dizendo não estar preocupado com Bin Laden.
Já o filme Um Táxi Para a Escuridão centra no episódio de um taxista afegão torturado e morto por engano em uma base americana.