Trabalhadores propõem medidas radicais para defesa dos empregos e dos direitos
Entidades representativas dos movimentos sindical e popular definiram, em reunião realizada durante o Fórum Social Mundial – FSM, no dia 29/1, uma plataforma de exigências que visa garantir que os prejuízos decorrentes da crise financeira mundial não sejam cobrados integralmente dos trabalhadores. A plataforma propõe medidas que radicalizam a luta e servem como base para a construção, em conjunto com outras entidades, de um plano de ações que possibilite a mobilização e o enfrentamento aos ataques aos direitos e ao emprego.
A defesa incondicional do emprego e o investimento do dinheiro público em políticas sociais são os objetivos centrais da plataforma, que aponta, entre outras coisas, a estabilidade no emprego, reintegração dos demitidos, extensão do seguro-desemprego para dois anos e aumento da aposentadoria vinculado ao aumento do salário-mínimo. Propõe também medidas ainda mais radicais, como a estatização, sem indenização, das empresas que demitirem em massa, taxação agressiva das grandes fortunas e a suspensão imediata do pagamento da dívida externa.
Confira a plataforma de exigências
Plano de ações
Para colaborar na construção do plano de ações coletivas em defesa do emprego e dos direitos, essas entidades propõem o fortalecimento do combate à demissão, com a utilização de todas as formas de lutas possíveis, como a greve e a ocupação, dentre outras.
Sugere também a fixação de um Dia Nacional de Lutas, com paralisações e mobilizações de rua, para meados de março, e aposta na organização de comitês de luta contra o desemprego.
Aponta ainda para a necessidade de realização de uma grande manifestação em Brasília, para cobrar do governo federal o atendimento às exigências dos trabalhadores, em data a ser definida após a realização do Dia Nacional de Lutas, já previsto para março.
Reorganização dos trabalhadores
Com o objetivo de acelerar o processo de reorganização da classe trabalhadora, frente aos desafios que a crise econômica mundial coloca à classe, defendem a ocorrência, no Brasil, de debates que possam aprofundar as discussões sobre concepção e prática sindicais.
A proposta é que, entre o final e março e o início de abril, seja realizado um Seminário Nacional com a representação das entidades envolvidas, que sirva para dar início ao debate. Em seguida, teriam início os seminários nos estados, regiões, setores e categorias, para assegurar a participação das bases no processo.
No final do ano, ocorreria a realização de um Encontro Nacional para propiciar a discussão de concepção e prática sindical, reorganização do movimento sindical e popular e a necessidade da construção de uma ferramenta unitária para as lutas dos trabalhadores: uma organização nacional, independente e autônoma em relação a governos, patrões e partidos políticos.
Assinam a plataforma de exigências e a proposta de plano de lutas a APS/Intersindical, Conlutas, C-SOL/Intersindical, Enlace/Intersindical, MAS, MTL, MTST e PO/Metropolitana (SP).
Fonte: Najla Passos/ANDES-SN