ANDES-SN está politicamente mais forte, afirma seu presidente no 28º Congresso da entidade
O 28º Congresso do ANDES-SN foi aberto nesta terça-feira (10/2) com a participação de 239 delegados de 55 seções sindicais de todo o país, além de 29 observadores e dois convidados. Junto com a defesa de organização sindical e popular e da universidade pública, os participantes discutem os efeitos da atual crise do capitalismo para a classe trabalhadora.
Durante sua saudação aos congressistas, o presidente do Sindicato Nacional, Ciro Correia, afirmou: “hoje, temos muito mais força política dentro da categoria e da sociedade para vencermos o desafio imposto pela suspensão arbitrária do registro sindical pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”. Ele se referia aos resultados positivos que a pressão da categoria sobre o governo surtiu nos últimos meses. “Se essa é uma questão ainda pendente de solução definitiva, sabemos que nossa mobilização acabará por vencê-la”.
Ciro lembrou que a luta do Sindicato não pode ser solitária, ratificando a importância de sua parceria com a Conlutas “e todas as organizações sindicais e populares que têm como desafio resistir e avançar, trazendo para a sociedade o que ela precisa e anseia”.
O evento está sendo realizado no tradicional Colégio Pelotense e tem como tema principal Resistir e avançar na luta em defesa do ANDES-SN, da universidade pública e dos direitos dos trabalhadores.
Para a Conlutas, a luta do ANDES-SN simboliza a luta da classe trabalhadora
José Maria de Almeida, coordenador da Conlutas, afirmou que a luta do ANDES-SN em defesa da liberdade de organização dos docentes das universidades brasileiras simboliza a luta de toda a classe trabalhadora em defesa da livre organização sindical e popular. Ele afirmou que o Sindicato Nacional foi e continua sendo essencial ao processo de construção da Conlutas.
Ao falar sobre a atual crise, que ele classificou como “clássica do capitalismo”, Zé Maria enfatizou que, para superá-la, o capital sacrificará ainda mais a classe trabalhadora, reduzindo direitos e buscando cercear ainda mais seu direito de organização. “Sabemos o quanto os bilhões destinados à amortização dos prejuízos desses capitalistas fazem falta ao serviço público brasileiro, que tem sido incapaz de atender à demanda por serviços essenciais em todas as áreas. Nesse contexto, a unidade dos trabalhadores é necessária para fazer frente ao poderio econômico, político e midiático dos patrões e grandes especuladores financeiros”.
Protestos
Zé Maria antecipou que a Conlutas continuará mobilizando os trabalhadores brasileiros para atos públicos que denunciem a falta de ação do governo federal e dos governos estaduais em prol da classe trabalhadora. Segundo ele, no segundo semestre haverá uma grande marcha a Brasília. Até lá, várias manifestações serão realizadas em todos os estados.
Nesta quarta-feira (11/2), haverá uma manifestação em frente à sede da Vale, no Rio de Janeiro, organizado por inúmeras entidades, entre elas Conlutas, Intersindical e até a CUT, além de movimentos sociais e populares. No dia 12 de fevereiro é a vez dos trabalhadores irem às ruas em São Paulo e em Belo Horizonte.
Em São Paulo, o protesto será em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em defesa do emprego e dos direitos. O ato é unificado, dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São José, Campinas, Limeira e Baixada Santista, que, representam mais de 130 mil trabalhadores. Outros sindicatos também participarão.
Em Minas Gerais, os trabalhadores se reunirão em frente à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), em Belo Horizonte. A organização é da Federação Democrática dos Metalúrgicos e dos sindicatos filiados. Os protestos vão exigir a estabilidade e a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, a fim de combater o desemprego.
“Será um basta às entidades patronais que vêm promovendo uma intensa campanha de pressão pela retirada de direitos e redução de salários. Isso, ao mesmo tempo em que exigem mais benefícios do governo, e, apesar da ajuda com milhões de reais do dinheiro público, nem consideram a hipótese de estabilidade no emprego”, afirma Zé Maria.
Principais eixos das manifestações
– Estabilidade no emprego
– Manutenção dos direitos
– Redução da Jornada de trabalho para 36 horas sem redução de salários
CONFIRA FOTOS DE DENISE VEIGAS – ADUFPEL/S.SIND.
Fonte: Elizângela Araújo/ANDES-SN