Ipea mostra a disparidade entre A taxa de juros real praticada por bancos internacionais na matriz e no Brasil
A taxa de juros real praticada por bancos internacionais na matriz e no Brasil é um absurdo, indica um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta terça-feira, 7. A disparidade aparece quando se compara os números de outros países.
O HSBC cobra, em média, 6,6% ao ano no Reino Unido e 63,42% no Brasil. O juro do Santander na Espanha é de 10,81%. Já no Brasil, é de 55,74%. O Citibank cobra dos clientes norte-americanos 7,28% ao ano, mas, dos brasileiros, 60,84%.
De acordo com o levantamento do Ipea, houve redução na participação das regiões mais pobres nas operações de crédito e nos depósitos bancários entre 1997 e 2006. A Região Sudeste manteve-se durante o período como responsável por 72% dos depósitos, enquanto o Norte diminui a participação de 1,2% para 1,1% e o Nordeste, de 7,6% a 5,3%.
Foi no Sudeste também que foram concedidos mais empréstimos (59,5% em 1997 e 70,6% em 2006). Já no Norte, o porcentual desceu de 1,9% para 1,7% e, no Nordeste, de 13,6% para 6,1%. A entidade comparou a taxa de juros média anual paga pelo brasileiro e por norte-americanos e europeus. Em 2008, a pessoa física pagava no Brasil 60,4% ao ano, enquanto nos EUA a porcentagem chegava a 13,96% e, na Zona do Euro, a 6,38%. Para pessoa jurídica, a taxa média era de 38,1% no Brasil, 4% nos EUA e 5,45% na Europa.
Os pesquisadores usaram como base para a análise informações do Banco Central (BC). De 1996 a 2007, o número de instituições financeiras diminuiu de 230 para 156. Houve diminuição na quantidade de instituições públicas – de 32 para 13 – e privadas – de 198 para 143.
Fonte: Agência Estado