Melhora nos indicadores da presença feminina no mercado de trabalho não elimina desigualdades
O Boletim Especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego(PED) – Mulher e Mercado de Trabalho – apresenta o comportamento do mercado de trabalho para a mulher em Porto Alegre de 2000 e 2009.
Entre as revelações do estudo, destaque para a melhoria nos indicadores da presença feminina em quase todos os setores de atividade econômica do mercado de trabalho, não eliminando, contudo, as desigualdades: a diferença de rendimento entre os gêneros reduziu-se, mas não o suficiente para erradicar divergências salariais entre homens e mulheres, e, ainda, que a discriminação de raça/cor chegou a superar à de gênero na capital.
DESIGUALDADE RAÇA/COR
Mulheres negras encontram maior dificuldades para ingressar no mercado de trabalho
Apesar da taxa de desemprego das mulheres negras ter caído de 25%, em 2000, para 15,2%, em 2009, ela continuou superior aos 10,7% das mulheres não negras no mesmo ano.
Na década, a proporção do rendimento real médio horário das mulheres negras em relação ao das mulheres não negras passou de 53% para 59,3%. Ou seja, mesmo com redução da desigualdade entre as mulheres no período 2000-2009, ainda persiste uma proporção de rendimentos das mulheres não negras muito baixa em relação ao das mulheres não negras.
FORMAS DE INSERÇÃO
Mulheres ampliaram sua participação no emprego assalariado
Enquanto que no período 2000-2004 ocorreu uma redução da participação das mulheres nas posições de assalariamento e de empregados doméstico, no período 2004-2009 acontece uma ampliação da participação das mulheres em todas as posições ocupacionais, com destaque para os assalariados do setor privado sem carteira assinada e dos autônomos. Veja mais…
OCUPAÇÃO POR SETORES
Número de mulheres ocupadas no comércio superou o das mulheres ocupadas nos serviços domésticos.
Apesar de ter crescido em mil ocupadas em serviços domésticos no período 2004-2009, houve queda de 5 mil ocupadas nestes serviços na década. Veja mais…
PARTICIPAÇÃO E DESEMPREGO
Aumento da participação feminina no mercado de trabalho não implicou em mais oportunidades de trabalho
O aumento da participação feminina no mercado de trabalho não implicou em mais oportunidades de trabalho, resultando, assim, em maior desemprego comparativamente aos homens. Dividindo-se a década em dois períodos distintos, percebe-se que a pressão feminina sobre o mercado de trabalho foi maior do que a masculina.
a.No período 2000-2004: a taxa de participação feminina caiu menos do que a dos homens, ou seja, a pressão feminina sobre o mercado de trabalho (procura por ocupação) foi maior do que a masculina.
b.No período 2004-2009: a taxa de participação feminina cresceu mais do que a masculina.
c.No período 2000-2004: a taxa de desemprego das mulheres cresceu mais do que a dos homens: dos homens, passou de 13,6% para 13,8%; das mulheres, passou de 17,4% para 18,4%.
d.No período 2004-2009: a taxa de desemprego das mulheres decresceu, em termos relativos, menos do que a dos homens: para as mulheres, caiu 36,9%; para os homens, 42%.
RENDIMENTO MÉDIO REAL
Desempenho feminino melhor do que o masculino na década
Apesar da queda geral dos rendimentos no período 2000-2004, houve redução da desigualdade entre os sexos neste período. No período seguinte, a desigualdade entre homens e mulheres voltou a crescer.
No período 2000-2004 a desigualdade diminuiu: entre as ocupadas, o rendimento passou de 69,9% para 79,9% do rendimento dos homens; entre as assalariadas, o rendimento passou de 83,2% para 93% do rendimento dos homens.
No período 2004-2009 a desigualdade aumentou: entre as ocupadas, o rendimento passou de 79,9% para 76,6% do rendimento dos homens; entre as assalariadas, o rendimento passou de 93% para 88,1% do rendimento dos homens. Mesmo com a redução da jornada de trabalho masculina e a estabilidade da jornada feminina, o rendimento real médio por hora trabalhada masculino continuou superior ao feminino.
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Fonte ObservaPOA