Sexta-feira tem reunião do Consun para aprovar a implantação do Parque Tecnológico
Sexta-feira (9/3), às 9h, ocorre a reunião do Consun que definirá a proposta de instalação do Parque Tecnológico na UFRGS.
Nesta reunião o Consun deverá se manifestar sobre a implantação do Parque Tecnológico, numa segunda reunião será aprovado o mérito e o conteúdo do projeto.
Segundo debate
Com a presença do reitor Carlos Alexandre Netto foi realizado na noite de quarta-feira, dia 31/3, o segundo debate público sobre a proposta de implantação do Parque Tecnológico. O encontro iniciou às 18h30 e foi até 23h30, no Anfiteatro da Faculdade de Direito.
Representando a comissão que elaborou o projeto do Parque Tecnológico que está no Consun, compuseram a mesa o diretor do Instituto de Geociências, professor José Carlos Frantz, o diretor da Faculdade de Farmácia, professor Paulo Eduardo Mayorga Borges, o Pró-Reitor de Pesquisa, Prof. João Edgar Schmidt. Pelo "Fórum por um Outro Parque" participaram o Professor Jorge Quillfeldt (Biociências) e o representante Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Marciano Toledo da Silva.
Marciano iniciou sua intervenção pedindo um minuto de silêncio em homenagem aos mortos pela ditadura militar brasileira, que na última quarta-feira completou 46 anos. Ressaltou a importância da UFRGS abrir suas portas para que os movimentos sociais participem da definição de seus rumos, contemplando seu caráter público e democrático. “A maioria de nós não tem acesso à tecnologia e me pergunto quais os usuários que serão beneficiados neste processo?”, questionou Marciano.
Para ele, o viés de pesquisa focado em agronegócio irá priorizar apenas “um seleto grupo de empresas que consomem os bens da natureza”.
Os membros da comissão de implantação do Parque Tecnológico e defensores do projeto oficial apresentaram informações e dados que não constavam na versão que tramita no Conselho Universitário (Consun), demonstrando as insuficiências contidas no texto encaminhado para aprovação e reivindicado pelos estudantes e entidades que participam do Movimento “Por um outro Parque”.
Defensores do projeto inicial
O professor José Carlos Frantz destacou aspectos como benefícios econômicos e sociais, as regras para licenciamento de patentes baseadas na Lei de Inovação – que devem beneficiar a universidade -, o apoio às pequenas empresas inovadoras e a necessidade de um espaço que abrigue os jovens empreendedores.
Do outro lado, os representantes das entidades que defenderam a necessidade do debate, reivindicaram a abertura do projeto inicial de implantação e a falta de definição sobre pontos como tratamento às incubadas e às grandes empresas, a questão do “chão de fábrica” e o ônus de seleção das empresas que irão ocupar o parque tecnológico.
A comissão de implantação ainda destacou a criação de uma página no portal da universidade – link relacionado ao final da matéria -, onde podem ser encontradas informações como justificativas de implantação, proposta de localização e cronograma das atividades.
Enquanto isso, os debatedores do "Fórum por Outro Parque" atraíram a atenção dos presentes para os pontos críticos do projeto..
Argumentos em favor de outro parque
O professor Quillfeldt fez uma exposição brilhante, que vale a pena ser conferida no vídeo disponibilizado no you tube, que demonstra como é recorrente a confusão entre o público e o privado, e qual a lógica que permeia cada um desses âmbitos.
Pelos servidores da Ufrgs se manifestaram a Coordenadora da Assufrgs, Bernadete Menezes, o coordenador de imprensa, Igor Corrêa, os servidores José Feltrin e Paulo Antoniolli.
Ao final, o Reitor Carlos Alexandre Netto ganhou de presente uma das camisetas da campanha “Protesto Não é Crime!”. A preocupação com o clima de tensão e a onda de repressão das últimas semanas foi manifestada pelo estudante de Ciências Sociais, Glauco Araujo, que disse esperar “que no próximo dia 9, esses fatos lamentáveis não se repitam”. Clique aqui e veja o vídeo
O documento com a Proposta de Implementação está disponível no site da Ufrgs, onde também podem ser encontrados o histórico do Parque Tecnológico, mapas com a proposta de localização, respostas às perguntas mais freqüentes, além de um canal de comunicação para mais esclarecimentos sobre o projeto. O debate foi aberto ao público, serviu para permitir esclarecimentos sobre o assunto e para acolher sugestões. A questão agora será encaminhada ao Conselho Universitário (Consun).
Os documentos do movimento em favor do debate sobre o Parque Tecnológico encontram-se no blog criado para este debate
O DCE Ufrgs se colocou contrário ao movimento que mobilizou a comunidade universitária para garantir que ocorresse o debate sobre os aspectos polêmicos do Projeto que tramita no Consun.
A polêmica do parque
O projeto do Parque Tecnológico ia ser votado no Consun do dia 5 de março, sem que houvesse qualquer fórum de discussão dentro da Universidade. Um protesto realizado no dia da reunião do Consun, encabeçado por estudantes da Ufrgs, adiou a votação do projeto de criação do parque e foi organizado dois debates para que a comunidade pudesse discutir o conteúdo do projeto.
Os estudantes e servidores possuem representação de 30% (15% para cada segmento) no Conselho Universitário – dos 77 membros do conselho – e afirmam que o projeto não previa a participação dos segmentos da comunidade universitária — professores, servidores e estudantes — ou de setores importantes da sociedade civil, como institutos de pesquisa científica e entidades representativas como conselhos profissionais, sindicatos e associações.
Fotos: Cadinho Andrade
Por Luis Henrique Silveira
Com informações Ufrgs, Observatório do Parque e Baguete