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Trabalhadores protestam contra assédio moral da Vale Fertilizantes

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR) realizará uma passeata na próxima quarta-feira (22) em repúdio ao assédio moral que a Ultrafértil vem praticando contra os petroquímicos. Os dirigentes sindicais estarão na porta da fábrica a partir das 6h e a manifestação deve ocorrer por volta das 8h.

Com nome comercial de "Vale Fertilizantes", a Ultrafertil tem reprimido duramente seus trabalhadores durante a Campanha Salarial 2010. Há anos sem nenhum tipo de reajuste salarial, previsto no Plano de Cargos e Salários, vários trabalhadores estão há mais de dez anos com o mesmo salário de quem está assumindo a função hoje. Segundo o Sindiquímica, a principal reivindicação é pela valorização e reconhecimento do trabalho desempenhado pela categoria.

Diante da recusa da empresa em negociar, os trabalhadores decidiram em Assembleia não fazer horas extras enquanto o acordo coletivo não for fechado. A iniciativa desencadeou atitudes por parte da Ultrafértil que não estão previstas na lei.

De acordo com o Sindicato, além de dar advertência para diretor do sindicato com intuito de intimidar, a Ultrafértil passou a assediar os petroquímicos para trabalharem durante as folgas. Os trabalhadores que mesmo assim não concordaram tiveram sua jornada alterada, tendo sua folga deslocada para o meio da semana, sem nenhum aviso antecipado. "Essas medidas por parte da empresa vêm desencadeando um grande descontentamento e muita revolta nos trabalhadores", declara o dirigente sindical Paulo Roberto Fier.

Para o sindicato, a reação da empresa para o fato dos petroquímicos não trabalharem nas folgas explicita um grave problema: a falta de força de trabalho. Ou seja, a empresa não consegue operar com o quadro atual e a exigência de horas extras acarreta uma sobrecarga de trabalho ao quadro atual, que por conseqüência compromete a segurança.

Assim, para o sindicato, uma empresa como a Vale que anunciou recentemente um lucro trimestral recorde de R$ 10,6 bi, representando um aumento de 253% sobre 2009, a atitude mais sensata seria a de contratar mais trabalhadores e voltar a negociar o acordo coletivo, algo que não tem feito. O sindicato também denuncia que hoje na empresa faltam até mesmo uniformes, considerados Equipamentos de Proteção Individual (EPI) básico.

Publicado por Igor Corrêa Pereira
Fonte: Portal Vermelho