Líderes defendem votação das reformas política e tributária
De acordo com o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), a reforma política pode ser a saída para uma série de problemas. O atual financiamento privado de campanhas, diz ele, é a raiz da corrupção. O líder do PV, deputado Edson Duarte (BA), também defende a revisão do sistema eleitoral, com o argumento de que hoje os políticos com maior poder econômico são beneficiados.
Na opinião dos líderes, no entanto, o caminho para a reforma política já foi pavimentado com a aprovação da Lei da Ficha Limpa (Lei complementar 135/10). O projeto, aliás, foi destacado como uma das votações mais importantes da atual legislatura. "A Ficha Limpa teve participação do povo brasileiro, de todos os setores, da Igreja, dos advogados. Foi uma colaboração da sociedade via Congresso",
acredita Henrique Eduardo Alves. Na Câmara, a proposta foi aprovada em maio.
O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) também avalia que a reforma política será prioritária.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) confirmou que a reforma política será prioridade para a bancada petista. "Vamos trabalhar por uma reforma que melhore as instituições eleitorais e políticas da sociedade, para permitir que o cidadão comum participe da política", disse.
Debates com o governo
O vice-líder do DEM José Carlos Aleluia (BA) disse que as reformas política e tributária precisam ser democráticas e não podem privilegiar partidos pequenos e sem representatividade.
As duas reformas também são preocupações do líder do PSDB, deputado João Almeida (BA). Ele ressaltou que o seu partido está disposto a discutir com o novo governo principalmente assuntos urgentes como esse.
Sobre o objetivo da presidente Dilma Rousseff de "estender as mãos para a oposição", o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) afirmou já ter ouvido informações de que Dilma estaria disposta a se reunir com parlamentares oposicionistas para negociar a votação de reformas como a tributária e a política.
Reforma tributária
Em relação à reforma tributária, a Câmara analisa o relatório do deputado Sandro Mabel (PR-GO) sobre o assunto, mas ainda não conseguiu votá-lo. Contrário ao texto em tramitação, Ivan Valente afirma que é preciso promover a "justiça fiscal" no Brasil. "A incidência de tributos deveria ser sobre a propriedade e a riqueza, e não sobre o consumo e a renda. O sujeito mais rico paga o mesmo imposto que o cidadão médio por uma dúzia de ovos", exemplifica.
Ele lembra que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou o Projeto de Lei Complementar 277/08, da deputada Luciana Genro (Psol-RS), para instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas.
Publicado por Igor Corrêa Pereira