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ICV do Dieese: educação agrava a inflação em janeiro de 2012

O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em janeiro, apresentou taxa de 1,32%, superior à de dezembro (0,50%) em 0,82 pontos percentuais (pp.).

Os grupos responsáveis pelo aumento da inflação foram: Educação e Leitura (7,17%), Habitação (1,99%), Alimentação (0,61%) e Saúde (0,94%) que, juntos, agravaram em 1,31 pp. o cálculo da inflação deste mês.

Na Educação e Leitura, em todo o início de ano as escolas reajustam suas mensalidades e 2012 não fugiu à regra com média nos cursos formais de 8,35%, com as seguintes taxas: educação infantil (10,17%), ensino fundamental (9,90%), médio (9,88%) e superior (6,80%). Outros itens também subiram de forma acentuada, tais como: livros didáticos (8,98%), jornais (8,45%) e cursos de língua (7,45%).

Na Habitação (1,99%), seus subgrupos apresentaram as seguintes variações de preço: locação, impostos e condomínio (2,54%), sendo marcante a alta no condomínio (7,47%); operação do domicílio (2,20%), resultado dos reajustes nos serviços domésticos (7,96%) que, de certa forma, refletem o reajuste a partir do início de janeiro do salário mínimo de 14,13%; o subgrupo da conservação do domicílio (0,24%) praticamente não alterou seus valores.

As taxas dos subgrupos da Alimentação (0,61%) foram: produtos in natura e semielaborados (0,55%), produtos da indústria alimentícia (0,30%) e alimentação fora do domicílio (1,22%).

Nos produtos in natura e semielaborados, a desagregação de seus itens revela os seguintes comportamentos:

Raízes e tubérculos (8,45%) – com aumento generalizado, notadamente na batata (14,78%);

Grãos (7,60%) – com forte reajuste no feijão (22,79%);

Legumes (5,82%) – com maiores altas no pepino (16,59%), abobrinha (9,70%) e tomate (9,60%);

Hortaliças (2,13%) – com aumentos em todos os produtos;

Carnes (-0,10%) -certa estabilidade em seus valores: bovina (-0,12%) e suína (0,41%);

Aves e ovos (-1,48%) – com maior queda nas aves (-1,81%) e

Peixes e frutos do mar (-8,20%) – com diminuição acentuada no camarão (-12,14%).

No subgrupo da indústria da alimentação (0,30%), os valores apresentaram grande estabilidade.

Já na alimentação fora do domicílio (1,22%), os reajustes de início de ano se fizeram presentes com taxas semelhantes em seus itens: refeição principal (1,20%) e lanches (1,24%).

Na Saúde (0,94%), a alta se deu no subgrupo da assistência médica (1,09%), resultado, principalmente, do reajuste praticado pelos seguros e convênios médicos (1,25%). Os aumentos nas Despesas Pessoais (0,88%) ocorreram no subgrupo da higiene e beleza (1,63%).

O grupo Equipamentos Domésticos (-0,49%) apresentou deflação, com maiores quedas nos subgrupos: eletrodomésticos (-1,05%) e rouparia (-0,60%); variações pequenas foram observadas nos utensílios domésticos (-0,02%) e móveis (0,08%).

Quanto à queda no grupo Transporte (-0,16%), esta se deve à deflação no subgrupo individual (-0,43%), consequência da queda nos combustíveis (-0,63%), tanto no álcool (-1,65%) como na gasolina (-0,24%). A taxa positiva no subgrupo coletivo (0,42%) deve-se ao forte reajuste no transporte escolar (10,93%).

Índices por estrato de renda

Além do índice geral (1,32%), o Dieese calcula mais três indicadores de inflação*, segundo tercis da renda das famílias paulistanas1. Em janeiro, as taxas foram positivas e crescentes segundo o poder aquisitivo: estrato 1 (0,90%), estrato 2 (0,96%) e estrato 3 (1,58%). Estas taxas, em relação às de dezembro, apontaram os seguintes aumentos: 1º estrato (0,37 pp.), 2º (0,43 pp.) e 3º (1,11 pp.).

 Leia o relatório completo do ICV-Dieese de janeiro na página: www.dieese.org.br