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Comando Nacional de Greve divulga Nota à Sociedade Brasileira sobre a GREVE dos Professores nas Universidades Federais

O Interior

 O Comando Nacional de Greve (CNG) divulgou nesta segunda-feira (21) a nota “À sociedade brasileira – Por que os(as) professores(as) das instituições federais estão em greve?”, em que apontam os motivos que levaram a categoria a realizar uma das maiores mobilizações de sua história.

 “Os(as) professores(as) federais estão em greve em defesa da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade e de uma carreira digna, que reconheça o importante papel que os docentes têm na vida da população brasileira”, afirma a nota.

 No texto, o CNG acusa o governo de usar o discurso da crise financeira internacional para justificar os cortes de verbas nas áreas sociais e para rejeitar todas as demandas feitas pelos servidores públicos federais por melhores condições de trabalho, o que tem impactado o serviço público, “afetando diretamente a população que dele se beneficia”.

 O texto informa, ainda, que há anos os professores(as) vêm lutando pela re-estruturação do Plano de Carreira e que esse era um dos principais pontos do acordo emergencial assinado ano passado com o governo. “Já estamos na segunda quinzena de maio e nada aconteceu em relação a essa re-estruturação”, denuncia a nota, que elenca, ainda, os pontos principais do plano de carreira defendido pelo ANDES-SN.

 O CNG também denuncia a precariedade nas condições de trabalho em várias instituições federais de ensino. “O quadro é muito diferente do que o governo noticia. Existem instituições sem professores, sem laboratórios, sem salas de aula, sem refeitórios ou restaurantes universitários, até sem bebedouros e papel higiênico, afetando diretamente a qualidade de ensino”, exemplifica o texto.

 Para o CNG, quem sofre diretamente com essa situação são os professores, estudantes e técnicos dessas instituições, e “num olhar mais amplo, todo o povo brasileiro, que utilizará dos serviços de profissionais formados em situações precárias”. Por fim, o texto convida a todos a se juntarem na luta iniciada pelos docentes. “Essa batalha não é só do (as) professores (as), mas de todos aqueles que desejam um país digno e uma educação pública, gratuita e de qualidade”.

 A Nota à Sociedade pode ser lida aqui.

Professores de 38 universidades aderem à greve, diz Andes

A UFPE aderiu à paralisação em assembleia realizada na última quinta-feira

 Professores de 38 das 59 instituições federais de ensino aderiram à greve iniciada na última quinta-feira (17), segundo balanço do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes-SN).

 De acordo com o responsável pelo Comando Nacional de Greve do Andes-SN, Aluísio Finazzi, o atual plano de carreira não possibilita um crescimento satisfatório do professor. “Precisamos mudar isso, temos uma reunião marcada com o Ministério do Planejamento, o Ministério da Educação e sindicatos para o próximo dia 28. Esse período será de mobilização, pelo menos até essa data estaremos em greve”, disse Finazzi.

 Na Universidade de Brasília (UnB), os professores começaram a paralisar as atividades nesta segunda-feira (21). A decisão foi tomada em assembleia na última sexta-feira (21) e segue o movimento nacional.

 O presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (AdUnB), Ebnezer Nogueira, disse que a principal reivindicação é a reestruturação da carreira docente. Segundo ele, a categoria luta por essa melhoria desde 1987. Ainda de acordo com Nogueira, em agosto do ano passado, foi firmado um acordo com o Ministério da Educação (MEC), porém, nada foi concretizado. “Somos a única categoria que não teve a reestruturação do plano de carreira, este momento é muito importante para fortalecer o nosso movimento, precisamos estar firmes contra a desvalorização profissional dos nossos professores e professoras”, acrescentou Nogueira.

 A maior parte dos estudantes da UnB entrevistados nesta segunda-feira (21) pela Agência Brasil disse que as aulas não foram paralisadas. O presidente da Adunb minimizou a falta de adesão à greve afirmando que hoje é o primeiro dia e que, em geral, os professores começam a paralisar suas atividades ao longo da semana.

 Em nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que o plano de carreira de professores e funcionários deve ser aplicado somente em 2013. Segundo o MEC, as negociações salariais com a categoria começaram em agosto do ano passado, quando se acertou um reajuste de 4% – já garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio. O aumento será retroativo a março.

 Fonte: Agência Brasil