Deu na mídia (CP) – Professores da Ufrgs entram em greve por tempo indeterminado
Cerca de 200 docentes não compareceram às salas de aula no primeiro dia da paralisação
Começou nesta sexta-feira, com manifestações e reuniões, a greve por tempo indeterminado de cerca de 200 professores associados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Os docentes que lecionam no Colégio de Aplicação e na Faculdade de Educação são os que registram a maior adesão. Boa parte deles se encontrou, pela manhã, na unidade da Ufrgs, no Centro, para discutir medidas para não prejudicar os alunos que estão concluindo os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), pré-requisito para formatura. No mesmo local, estudantes fizeram uma atividade para chamar a atenção para as reivindicações da classe, como teatro e fixação de cartazes.
Segundo o presidente do Andes, Carlos Alberto Gonçalves, os professores que aderiram à greve, mas já encerraram as atividades deste semestre letivo, cogitam não publicar os conceitos dos alunos. O professor destacou ainda que cabe às unidades decidir se mantêm ou não a apresentação dos TCCs.
A coordenadora de Comunicação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Paola Rodrigues, afirmou que os alunos concordam com as reivindicações dos docentes e está realizando reuniões para ouvir a opinião dos alunos. “Consideramos importante a mobilização, não só pela reivindicação de aumento de salário, mas pela luta da qualidade do ensino”, afirmou o estudante de Pedagogia do segundo semestre, Gilson Burgedurf, 25 anos. Ele participou do ato em frente à Faculdade de Educação. Na segunda-feira, deve ocorrer uma assembleia do DCE e, na terça-feira, está prevista uma manifestação que irá integrar o Dia Nacional de Mobilização.
Os professores aderiram, no dia 25 de junho, à Greve Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior. Eles pedem, segundo a professora Laura Fonseca, que é membro do Comando de Greve e do Andes, piso de R$ 2.035 para 20 horas, reestruturação do plano de carreira e melhores condições de trabalho. “O nosso plano é de 1987 e está defasado em relação à formação dos professores”, resumiu. Além disso, ela afirmou que a infraestrutura e a contratação de pessoal não acompanhou a expansão de estudantes dos últimos anos.
O Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior de Porto Alegre (Adufrgs), que representa dois mil servidores, informou que não faz parte da mobilização. A entidade deve realizar uma consulta na segunda-feira para avaliar a situação.
Com informações dos repórteres Karina Reif e Gabriel Jacobsen
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Correio do Povo