Se não negociar, não tem matrícula nem vestibular!
Os Técnico-administrativos em Educação estão em GREVE nacional há 44 dias nas 59 Universidades Federais do País. Nossa greve é forte e ocorre em uma conjuntura em que diversos segmentos do serviço Público federal se mobilizam contra o arrocho salarial imposto pelos governos dos últimos anos. Embora com pautas diferenciadas, existe greve no serviço público.
Os trabalhadores não têm sido tratados com o devido respeito pelo governo, que tem se negado a apresentar para o conjunto, propostas que pelo menos recupere a inflação do período. A greve se dá pela falta de compromisso dos governos LULA e DILMA (PT) em tratar com seriedade a nossa pauta. A FASUBRA foi recebida em 52 reuniões desde 2007, mas o governo sequer apresentou contra proposta. Nós trabalhadores da educação, recebemos os menores salários do serviço público, em total falta de consonância com a propaganda oficial de valorização da educação.
A presidenta Dilma, ao invés de negociar, o que seria a atitude correta diante da responsabilidade que lhe foi conferida, tem agido com truculência, procurando derrotar os trabalhadores através de atos administrativos, sem entender que derrotando os trabalhadores do serviço público, está na verdade derrotando os milhares de brasileiros e brasileiros que dependem de serviços públicos de qualidade.
A FASUBRA já vem experimentando a intransigência e a truculência do governo que “não negocia com grevistas”. Na greve passada o governo judicializou e criminalizou nosso movimento e nesta greve tem aprofundado iniciativas nesse sentido, encaminhando orientação de corte de ponto para trabalhadores em greve, mesmo não havendo um julgamento das greves em curso, quando o seu papel seria buscar resolver o conflito através do diálogo, da negociação e apresentação de proposta.
Por fim o governo Dilma encaminhou Decreto 7.777 de 24 de julho de 2012, determinando que os Ministros de Estado substituam trabalhadores em greve, enquanto essas perdurarem. O decreto traz um flagrante ato de prática antissindical. Nem mesmo os governos anteriores, declaradamente neoliberais, tiveram essa tal ousadia.
Este Decreto além de ser uma afronta ao nosso direito de greve e a autonomia da Universidade, deixa claro o desrespeito do governo para com trabalhadores, nos tratando como objetos descartáveis prontos a serem substituídos a qualquer momento.
Substituir periodicamente trabalhadores, seja qual for à função que eles exercem, compromete os serviços públicos e põe em risco à vida população. Qualquer incidente que ocorrer nesse período é de responsabilidade do governo. Nossa resposta deve ser a que sabemos dar: mais luta e mobilização. Nenhum técnico será substituído, nossa greve não será desmontada. Se o governo sabe radicalizar nós também sabemos. Os trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das IFES exigem respeito.
O Governo quer dividir os trabalhadores
Nas Universidades nossa greve tem ocorrido em paralelo a Greve nacional dos docentes e estudantes e temos apontado para a construção de atividades unificadas. Essa opção na unificação de ações, no entanto nunca significou para a FASUBRA o abandono de nossa pauta especifica. Temos greves diferentes, mas construímos coletivamente a greve na educação.
O Governo, no entanto tem feito o possível para nos dividir, recebendo apenas o segmento docente, desconsiderando os trabalhadores técnico-administrativos. Consideramos que uma possível vitória do movimento docente, como de qualquer outra categoria é também uma vitória dos trabalhadores em greve.
A greve da FASUBRA seguirá firme e seremos vitoriosos se lutarmos juntos. Reafirmamos que o semestre não será iniciado se o governo não apresentar proposta concreta.
Nossa categoria não se calou, ocupou reitorias e avança na radicalização do movimento. Demos na rua a resposta à atitude truculenta do governo e com nossa mobilização conseguimos arrancar reunião para o conjunto de trabalhadores em greve.
É hora de demonstrar para o governo e a sociedade que sem os Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação as universidades não funcionam. Não temos medo de ameaças: a Greve continua até que nossa pauta seja atendida.
A GREVE CONTINUA,
ATÉ A VITÓRIA!