Violência contra a Mulher e Diversidade marcam palestras de Seminário da FASUBRA
Na tarde desta quinta-feira (22), o seminário promovido pela Fasubra Sindical teve continuidade com a formação da mesa Não à Violência contra a Mulher e Diversidade. Foram convidadas para explanar o tema Roseane Silva, da Central Única dos Trabalhadores; Rosane Barcelos (direção da Tribo) e Ailma Maria de Oliveira, presidente da CTB de Goiás, sob coordenação das diretoras da pasta de Mulher Trabalhadora da Fasubra, Ivanilda Reis e Antonieta Xavier.
Primeira a explanar sobre a situação da mulher, Roseane Silva abordou vários aspectos da situação da mulher no Brasil, principalmente da mulher que trabalha fora. Segundo ela, as mulheres negras sofrem o maior tipo de agressão no mercado de trabalho por além de ter que conviver com a dupla jornada de trabalho, ainda ganham menos que as mulheres brancas.
Acrescentou que independente das características étnicas, fatores comuns abarcam o viver da mulher no trabalho: falta de creche – o que força as mulheres mais jovens a aceitarem o trabalho informal para conseguir ter uma fonte de renda e cuidar dos filhos-, há assédio moral e sexual, além de dificuldade em encontrar emprego por parte de mulheres jovens e grávidas. “Isso também é forma de violência, e nós não podemos admitir que nenhum tipo de agressão seja praticado. A sociedade organizada precisa denunciar”, defendeu Rosane.
A palestrante listou algumas políticas que são lutas da classe trabalhadora e também têm objetivo de melhorar a qualidade de vida da mulher. São elas: reivindicações de igualdade de salário, a proposta da redução da jornada de trabalho e a regulamentação da Convenção 151 da OIT. Ela conclamou as mulheres a ocuparem os espaços de empoderamento político de modo a viabilizar a concretização de políticas públicas voltadas a suprir demandas das trabalhadoras.
Por seu turno, Rosane Barcelos aprofundou o tema violência contra a mulher e iniciou sua palestra com imagens fortes de mulheres com machucados decorrentes de agressões físicas. Em seguida, ela fez um resgate da história que culminou com a criação do Dia internacional da Mulher, comemorado em 8 de Março – em homenagem a trabalhadoras tecelãs que foram mortas em uma fábrica no século passado enquanto reivindicavam melhoria das condições de trabalho e salários.
Barcelos conceituou o que significa a palavra violência sob a ótica dos dicionários mais comuns e a Organização Mundial de Saúde; abordou a influência da religião que leva a maioria das mulheres a não denunciarem as agressões e a necessidade de se modificar esse comportamento que têm levado muitas mulheres à morte. A diretora parabenizou a DN Fasubra pela iniciativa de começar a trabalhar o tema da diversidade. Sobre o assunto, ela enfatizou aspectos da homofobia institucional e o arcabouço legal que protege a população de LGBT, e concluiu sua participação falando das iniciativas governamentais para combater a intolerância homofóbica.
Encerrando a participação dos convidados, Ailma Maria de Oliveira, presidente da CTB do Goiás, fez um recorte mais político, conclamando a audiência para pressionar parlamentares em seus estados para promover a criação de projetos de lei que beneficiem as demandas do público LGBT .
Ailma Oliveira ressaltou também a importância das faculdades e universidades, campo em que a categoria representada pela FASUBRA atua, prepararem professores para lidar com a questão LGBT para cidadãos mais conscientes dos direitos coletivos, do respeito e da dignidade que essa parcela da população merece.
Após as palestras, foi aberto um período para falações onde trabalhadoras e trabalhadores das universidades tiveram oportunidade de denunciar várias ocasiões de assédio e preconceito tanto de caráter homofóbico quanto em relação ao assédio à mulher trabalhadora.
A Direção Nacional, em falas dos coordenadores e diretores, convocou os sindicatos de base a intervir nessas ocasiões, a realizar seminários e eventos que abordem os temas preconceito racial, violência contra a mulher e diversidade de modo a favorecer mudança das realidades negativas que impedem a sociedade avançar em direção à superação dessas máculas que atingem mulheres, gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros e ferem os direitos humanos tão duramente conquistados pela humanidade.
Finalizando as atividades, a DN Fasubra agradeceu a participação dos delegados, dos convidados e convocou a todos técnico-administrativos presentes a participarem da Plenária que ocorre na sexta (23) e no sábado (24).
Fonte: FASUBRA Sindical