Debate elege pontos prioritários da pauta interna da greve
Os trabalhadores em greve se reuniram na tarde desta segunda-feira (22) para debater a pauta interna do movimento. Ao final dos debates, foram elencados alguns pontos prioritários da pauta histórica da categoria, que inclui 30 horas de jornada semanal para todos; democracia na Universidade; melhorias na política de gestão; manutenção da creche; política de segurança, saúde e meio ambiente; e resolução das questões levantadas no seminário sobre os 700 processos, ocorrido dia 19 de junho.
A importância da Assufrgs e dos técnicos se apropriarem do Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) foi um dos pontos levantados na fala da Coordenadora da Assufrgs, Bernadete Menezes. Esse plano, que dita os rumos da Universidade para os próximos anos, é segundo ela uma “peça de ficção”, pois não tem metas, nem conta com participação da comunidade universitária.
A luta pelo avanço da democracia foi outro ponto levantado pelos presentes. A paridade nos conselhos e na escolha para Reitor já é uma realidade nos Institutos Federais e em outras Universidades, mas é ficção na UFRGS e UFCSPA. A reativação do Comitê de Luta pela Paridade e a conquista imediata da consulta paritária para Reitor foram um dos pontos do debate.
A ameaça de desmonte da cheche destinada aos filhos dos servidores também foi discutida. Desde 2013, quando uma determinação do Ministério da Educação (MEC) definiu que as cheches das Instituições de Ensino Federais devem ficar sob administração do Município ou no Colégio de Aplicação, o futuro da creche é incerto. Os trabalhadores já estão vinculados ao Aplicação, mas não a creche, pois isso depende de decisão do Conselho Universitário. A partir de 2016, as crianças com quatro anos ou mais não serão atendidas pela creche, uma vez que o MEC definiu essa idade como o início do Ensino Básico, a ser fornecido pela rede municipal e estadual de ensino. Diante desse cenário, as trabalhadoras querem que a UFRGS garanta a creche para os filhos menores de quatro anos dos servidores, o que foi feito apenas informalmente pela Reitoria.
Campus Litoral e intérpretes de LIBRAS
Os trabalhadores do Campus Litoral e as intérpretes de LIBRAS apresentaram documento com as pautas específicas da sua realidade.
Do Campus Litoral, um dos pontos principais é o das 30 horas. Apesar de em diversos setores da UFRGS em Porto Alegre as 30 horas serem uma realidade, no Campus Litoral todos trabalham 40 horas semanais. Os técnicos relataram que o campus fica em local afastado da cidade, às margens da RS-030. Não há comércio, posto bancário ou restaurantes próximos, problemas agravados pela jornada de oito horas diárias. Além disso, os que usam transporte público sofrem com a falta de infraestrutura do ponto de ônibus, que não possui abrigo nem iluminação.
Os técnicos relataram ainda a falta de espaço físico para acomodar a todos e a falta de telefones habilitados a realizarem ligações externas. Geralmente esses telefones estão apenas nas salas dos diretores, dificultando o andamento do trabalho e até causando constrangimentos, havendo casos em que as ligações são negadas.
A falta de transparência a participação efetiva dos técnicos na tomada de decisões de gestão também foi um ponto da pauta.
Já as técnicas que atuam como intérprete de LIBRAS falaram sobre a necessidade de mais intérpretes para melhor atender aos integrantes surdos da comunidade universitária. Também defenderam a realização do vestibular em LIBRAS, possibilitando que estudantes surdos cursem a graduação na UFRGS, o que não acontece hoje. Além disso, pautaram o nível de classificação na carreira. As intérpretes de LIBRAS são consideradas nível D, equivalente a nível médio. No entanto, relatam que desempenham suas atividades junto a cursos de graduação e pós-graduação, o que justificaria a classificação de suas atividades como nível superior.