Posição do CLG sobre café da manhã nos Restaurante Universitários
A abertura do café da manhã dos RUs Centro e Agronomia para os estudantes carentes nos comove e nos movimenta para que esta função possa ser garantida neste momento, pois entendemos a necessidade deste benefício a estes alunos, em momento de final de semestre.
Mas queremos aproveitar o momento para esclarecer que a greve é fruto da inexistência do processo negocial, pois sua pauta vem de 2012, com falta de resolutividade, passando pelo processo de 2014, em que o STJ determinou negociação até junho de 2014, não cumprido pelo governo, que passou a postergar prazos, prometendo responder antes do primeiro turno das eleições e não cumpriu, não respondeu nossos ofícios. Chegando a 2015 com mais ofícios em que a FASUBRA reitera o pleito de estabelecer negociação, e no qual a Secretaria de Ensino Superior interina alegou que o processo com nossa resposta estaria paralisado desde agosto de 2014 por erros do protocolo do MEC, sem que tenham percebido isso. Colocamos também que as recentes reuniões com MEC e MPOG não avançaram em resolutividade de nossa pauta, e que o planejamento, ao mesmo tempo que responde com uma proposta que sequer atende as perdas inflacionárias, ainda pergunta o que seria secundário em nossa pauta; mas nada é secundário para a existência de uma educação pública e de qualidade.
Nossa pauta tem uma perspectiva salarial sim, quando lutamos pelos direitos que os trabalhadores das empresas privadas já têm, como piso salarial adequado, data base e política salarial. Mas temos em nossa pauta a defesa de uma UFRGS que opere em condições adequadas, que garanta a saúde da comunidade universitária e a segurança dos processos para aqueles que nela trabalham e transitam.
Com isto, temos diversas preocupações, as quais gostaríamos que fossem ponderadas nesta reabertura dos Restaurantes Universitários ligados às Casas de Estudantes:
* as responsáveis por estes ambientes e também responsáveis técnicas pelas refeições produzidas, em decorrência de aderirem à greve dos servidores técnico-administrativos, não estarão respondendo por tais funções;
* não haverá supervisão técnica direta à produção do café da manhã, por parte daqueles que normalmente exercem esta função profissional;
* as condições materiais e de infraestrutura precarizadas e a falta de condições adequadas ao trabalho, as quais são contínuas, por negligência da administração central, não estão sendo sanadas para o retorno das atividades normais.
Estas são as preocupações mais alarmantes, dentre tantas outras, pois comprometem a segurança dos alimentos, bem como a qualidade nutricional dos mesmos, prejudicando, consequentemente, a saúde dos usuários.
Nós, do movimento da greve, de forma responsável e democrática, continuaremos atentos tanto às condições operacionais quanto às de infraestrutura para defender o interesse dos estudantes e da comunidade.