Mães, pais e trabalhadores se mobilizam em defesa da creche e brinquedoteca da UFRGS
Na manhã desta sexta feira o saguão da reitoria da UFRGS ficou mais divertido com a presença de crianças, mães, pais e trabalhadores da Creche Francesca Zacaro Faraco e brinquedoteca da UFRGS. Infelizmente o encontro não foi por um bom motivo. A comunidade se concentrou para chamar a atenção dos membros do Conselho Universitário sobre a atual situação da creche, que corre o risco de encerrar seu funcionamento em abril.
Por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), a creche não poderá mais ter professores terceirizados, uma vez que se trata de uma atividade-fim e não atividade-meio da universidade. Sem os terceirizados, o atendimento fica comprometido já que não existe previsão de novos concursos dentro da UFRGS. Outro problema é o fim do contrato com a empresa Multiágil, responsável pelos terceirizados na UFRGS, que encerra em meados de abril.
No ato desta manhã a comunidade entregou uma carta onde reivindica a garantia do não fechamento da creche e brinquedoteca e uma posição da Reitoria sobre o caso. Em audiência junto ao Ministério Público do Trabalho no último dia 06 de março foi determinado um prazo de 30 dias para a UFRGS apresentar uma proposta de transição com o objetivo de adequar a contratação de pessoal sem intermediação de mão-de-obra. Outro pedido dos pais e trabalhadores é a deliberação para imediata abertura de licitação em caráter emergencial, esta sem impedimento pelo MPT, para a não interrupção do atendimento, uma vez que o contrato 026/2016 para terceirização das educadoras encerra-se em meados de abril; além da inclusão de representação das comunidades da Creche e da Brinquedoteca em até 3 dias úteis na discussão e encaminhamento da proposta final a ser entregue no Ministério Público do Trabalho, visando cumprir o prazo dado de 05 de abril de 2017 para que a Reitoria apresente uma proposta viável para o devido funcionamento da Creche e da Brinquedoteca.
Durante a reunião do CONSUN a mãe, coordenadora jurídico da ASSUFRGS e conselheira da creche, Gabriela D'Andrea (foto), fez a leitura dos pontos de reivindicação da comunidade. "A creche é um local de excelente qualidade e além de tudo é um direito dos servidores garantido pelo decreto nº 977 de 1993. Temos que lutar para manter esse direito em um período de tantos cortes de verbas, por nós e por nossos filhos".
"Vou completar 23 anos como servidora da creche e a importância desse trabalho é fundamental, é a base para a educação. Não é apenas uma creche que abriga crianças da comunidade, e sim filhos dos meus colegas da universidade", comenta Isabel Carvalho, Auxiliar da creche. "Estamos aqui hoje para defender esses espaços, queremos que eles continuem para nós, para futuros servidores e aqui estamos em defesa dos trabalhadores da creche, que tem o direito de permanecer com suas atividades, tão bem executadas", reforça a mãe Manuela Ferreira, analista de sistemas do CPD.
"O comprometimento dos profissionais que lá trabalham me deram a serenidade para que eu executasse minhas atividades na universidade com a excelência necessária" lembrou Rosângela Rodrigues, contadora da procuradoria Geral da UFRGS, que teve três filhos na creche. Já Fanice Borges, Assistente em administração da Procuradoria Geral, comenta sobre o benefício que é ter os filhos estudando no espaço: "Tive dois filhos na creche e sem dúvida foi o melhor beneficio enquanto servidora da universidade, tendo 32 anos de serviço. É um beneficio funcional que temos direito e sou muito grata à creche da UFRGS por todo o carinho e cuidado que deram aos meus filhos".