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Aula Pública da Pós em Sociologia da UFRGS debateu a conjuntura e o assassinato de Marielle Franco

O Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS, realizou em frente à Faced, no final da tarde desta sexta-feira (23), a Aula Pública “Pátria Calada Brasil”. O objetivo foi debater as dimensões políticas, raciais, de gênero e de classe que atravessam a conjuntura atual e que se desprendem do exemplo de militância de Marielle Franco.

O evento iniciou com uma batalha de poesia autoral do grupo Slam. A primeira convidada a abrir as falas foi Conceição, ativista do Movimento Maria Mulher, que pediu por mais presença de negros e negras na UFRGS, não somente como estudantes, mas também retornando para a universidade para dar aula. “Quando a gente tá junto, a gente pode. Temos que estar juntos e juntas. É fundamental que se acredite que essa pátria é nossa. Não existe brasil sem nós (negros). Não quero mais viver no porão da sociedade, não quero ser marginal, quero entrar em toda a parte, sacou? Basta de humilhações!”.

A ativista do movimento negro, Winnie Bueno, leu trechos do texto escrito por Marielle Franco, “A emergência da Vida, para superar o anestesiamento social frente à retirada de direitos: o momento do pós-golpe pelo olhar de uma feminista, negra e favelada.” O texto faz parte de uma coletânea coorganizada por Winnie, “Tem saída? Ensaios críticos sobre o Brasil“. “Acho que a gente tem falado sobre a morte da Marielle, mas muito pouco sobre a vida dela. Reverberamos muito pouco a vida das mulheres negras. Essas vidas não estão nas salas de aula dando aula, não estão ocupando o espaço público e Marielle fazia isso”.

Laís Magbel, coordenadora da Assufrgs Sindicato, disse que “Marielle morreu por ser uma mulher negra e política. Por representar a resistência contra violência policial. Ela era totalmente contra a intervenção militar. Conhecida como defensora incansável e destemida, da favela em geral, dos negros e LGBTS. Ela capacitava a comunidade, a cada roda de conversa, ali surgiam várias Marielles. Agora temos a responsabilidade de ser a voz dela.”

Também participaram do evento representantes do Movimento Balanta, Lívio de Oliveira e Suelen Gonçalves, do Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania (GPVC),  Antônio Cattani, professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Dominique Goulart, Cofundadora e ex-integrante da GRITAM/SAJU, Assessoria para mulheres em Situação de Violência.

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