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Edson Carneiro Índio: “A saída para a classe trabalhadora é política”

A situação politica econômica e social é gravíssima e é sobre essas condições que o secretário geral da Intersindical e representante do Sindicato dos Bancários, Edson Carneiro índio, discursou na manhã deste dia 07 de junho, na sala 102 da faced. Ele participou do Seminário da Assufrgs no dia nacional de lutas das universidades e institutos federais. O convidado dividiu a mesa com Tarso Genro, ex-Governador do RS, e Rui Muniz, coordenador jurídico da Assufrgs Sindicato.

Para ele, a classe trabalhadora  tem que atuar para reverter o processo de desmonte em curso. “A saída para  a classe trabalhadores é mais política, ao contrario do que se atribua. A participação politica dos setores populares, trabalhadores e trabalhadoras, e movimento social,  é decisiva nesse momento tão complexo da nossa realidade. Só muda a realidade brasileira, ou altera esse quadro em beneficio da maioria do povo, com um enfrentamento político ao rentismo, ao monopólio da mídia, ao agronegócio e todos os poderes que querem manter esse modelo de pais concentrador de renda.”

Sobre as nunaces do golpe de 2016, Índio afirmou que foi “um golpe articulado para implantar não somente uma agenda de desmonte do papel social do estado, mas de desmonte da capacidade do estado de influir nos rumos da conquista brasileira. Para entregar as riquezas naturais do país e garantir assim ao capital financeiro as condições de continuidade de exploração.” A substituição da presidenta, ao invés de entregar aquilo que eles prometiam para a população, trouxe “um aprofundamento da crise politica social e económica. Aumentou o desemprego e a pobreza extrema. Só no estado de São Paulo a pobreza aumentou em 35%, no ultimo ano, e isso é identificado em todo o país. Temos hoje quase 30 milhões de desempregados e mesmo aqueles que ainda conseguem garantir um emprego são submetidos à todo tipo de pressão, desmonte da justiça do trabalho, desmonte dos sindicatos, fim da CLT. O resultado está aí, foi desmentida a narrativa que a reforma trabalhista geraria novos postos de trabalho. Sabíamos que na realidade haveria uma migração de postos de trabalhos formais para precários.”

Sobre o projeto político de enfrentamento, Índio afirma que é necessário mudar a agenda do pais. “Há dois anos o pais vem sendo submetido a agenda de desmontes que só pioram a vida da população. Não é possível garantir minimamente o funcionamento das universidades e saúde públicas, sem atingir frontalmente o grande capital. Significa reformar o sistema financeiro, diminuir fortemente a taxa de juros, mudar o rumo da politica monetária. Precisamos de um projeto de reforma tributária progressiva, não dá mais esse modelo de impostos orientado na taxação do consumo. Precisa taxar grandes heranças, lucros e dividendos, cobrar impostos da grande propriedade.”

“É preciso um projeto e um modelo económico de pleno emprego para a população e de valorização dos serviço público. Isso só conseguimos politizando o processo politico no Brasil. Temos que reconhecer que a classe trabalhadora segue lutando. Conseguimos recentemente uma vitoria, impedir a reforma da previdência. Ainda que tenha tido derrotas com a reforma trabalhista e a emenda constitucional 95.”, finalizou.

Galeria de Fotos

 

Confira os vídeos do seminário da Assufrgs na íntegra:

Debate 01 –  Conjuntura – Do golpe de 2016 a um Projeto para a Classe Trabalhadora e Serviços Públicos
Com: Tarso Genro e Edson Carneiro Índio

 

Debate 02 –  A defesa de um projeto democrático e popular: não às privastizações e a Emenda Constitucional nº 95
Com: Wrana Maria Panizzi e representantes do movimento dos petroleiros no RS