ASSUFRGS repudia suspensão do pagamento de bolsas da pós-graduação e chama a unidade da comunidade universitária

O desmonte da pesquisa e educação pública atinge níveis cada vez mais alarmantes. Nessa quinta-feira (02/08), uma nota do Conselho Superior da Capes aponta que, caso seja confirmado o orçamento anunciado para a Capes em 2019, vai ser suspenso o pagamento de quase 500 mil bolsas no ano que vem.

O teto determinado para o orçamento de 2019 representa um corte significativo em relação ao próprio orçamento de 2018, fixando um patamar muito inferior ao estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. Vão ser atingidos os Programas de Pós-graduação, Formação dos Profissionais da Educação Básica e de Cooperação Internacional.

Os técnico-administrativos da base da Assufrgs, junto à Fasubra, sempre estiveram na luta em defesa das verbas para a educação pública, unindo esforços sempre que possível com os estudantes em docentes. Em 2016, estivemos em greve contra a aprovação da PEC do Congelamento (240/55), atual Emenda Constitucional 95. Unimos forças com os estudantes que ocuparam universidades, IFs e escolas em todo o país, contra esse projeto que representa o congelamento de investimentos no ensino público por 20 anos, contra a Reforma do Ensino Médio e contra o projeto Escola Sem Partido. Em dezembro daquele ano, técnicos, estudantes e alguns professores foram à Brasília para uma grande marcha contra a Emenda do Congelamento, que mesmo assim foi aprovada por um dos Congressos mais corruptos e reacionários da história do país.

Estava claro que esta PEC traria graves prejuízos aos serviços públicos. O desmonte dos projetos da Capes é apenas um deles. Infelizmente, muitos daqueles que lutaram e lutam em defesa da saúde e educação públicas, da ciência, hoje são perseguidos! Estudantes do Direito foram suspensos pela própria UFRGS por lutar em defesa da Universidade.

Os técnico-administrativos são ameaçados de desconto e houve efetivamente alguns cortes de salários relacionados ao login, por paralisar e fazer a defesa da educação pública. A própria Administração da UFRGS, ao não reconhecer o direito às atividades sindicais sem compensação, ao querer impor descontos automatizados por meio da integração do login com a frequência, colabora com o governo golpista que ataca as universidades e institutos federais! Ajuda a desmobilizar a categoria dos técnico-administrativos, que têm um histórico de lutas em defesa dos trabalhadores, das verbas para a Educação e dos serviços públicos!

Não é hora de baixar a cabeça para este governo, para MPF, TCU, PF, Justiça ou quaisquer órgãos ou agentes que venham atacar a autonomia universitária e a educação pública! A pesquisa e a ciência são fundamentais para superar o atraso técnico-científico e cultural do nosso povo! Conclamamos toda a comunidade universitária à unidade, a cessar a perseguição interna de militantes, a lutar em defesa das universidades e dos institutos federais, em defesa da pesquisa e da ciência, dos serviços públicos!

Dia 10 é dia do Basta! Vamos parar agora e evitar que as instituições de ensino fiquem permanentemente paradas no ano que vem, sucateadas pela falta de recursos.

Basta de desmonte!

Basta de ataques aos trabalhadores!

Basta de golpistas!