29 de agosto – Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

Hoje, 29 de agosto, é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Essa data foi criada por militantes lésbicas brasileiras, durante o 1° Seminário Nacional de Lésbicas – Senale, em 1996, e, a partir dela, foi estabelecido agosto como o mês da visibilidade lésbica.

A data é importante pois a sociedade, machista, ainda ignora a realidade das mulheres lésbicas, negando a representatividade lésbica em diversos espaços ou inviabilizando pesquisas e ações sociais próprias para a realidade dessas mulheres.

As mulheres lésbicas são alvo de violência simbólica, verbal, psicológica, física e econômica em todos os espaços: a família, a rua, os hospitais, a escola, o trabalho. Essa opressão, pode provocar a negação da própria sexualidade, afastamento de familiares, a construção de uma vida dupla e, em alguns casos, suicídio.  Dentre as expressões mais extremas de violência contra lésbicas existe uma enorme ocorrência do chamado estupro “corretivo”. É importante ressaltar que as mulheres lésbicas negras e/ou periféricas estão ainda mais vulneráveis a essas diferentes formas de violência.

Existe ainda a invisibilidade lésbica, que se apresenta de muitas formas: quando campanhas voltadas à saúde da relação sexual se referem exclusivamente às formas de proteção próprias ao sexo heterossexual; na falta de dados e pesquisas sobre as particularidades da violência contra as mulheres lésbicas e na ausência de representatividade lésbica na mídia.

Essa luta é ainda mais urgente em nosso país. Pois, segundo uma pesquisa intitulada Dossiê Sobre Lesbocídio, de março de 2018, realizada pelo Núcleo de Inclusão Social da UFRJ. Em 2014, foram registradas 16 mortes. Em 2017, o número passou para 54 – um aumento de 150% de casos em quatro anos. Só nos dois primeiros meses de 2018, foram registradas 26 mortes por lesbocídio. Por não haver dados oficiais, os crimes são coletados na mídia e nas redes sociais, o que acaba gerando subnotificação. Os números podem ser ainda maiores que os apresentados.

Lutar pela visibilidade lésbica é lutar contra a lesbofobia! 

Fonte: Camtra – Casa da Mulher Trabalhadora e Catraca Livre