Ato de resistência ocorreu em diversas cidades brasileiras, na capital gaúcha teve concentração na Esquina Democrática
Centenas de pessoas se reuniram no centro de Porto Alegre nesta terça-feira (30), no primeiro protesto após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), no domingo (28). Organizado pela Frente Povo sem Medo, o ato ocorreu de forma simultânea em diversas cidades brasileiras, e na capital gaúcha teve concentração na Esquina Democrática. A manifestação contou com presença de partidos de esquerda, coletivos estudantis, de juventude, sindicados e militantes LGBT.
Puxando a caminhada, um grupo de jovens fazia uma performance criticando o racismo, a violência policial e a proposta de modificar o estatuto do desarmamento, uma das principais bandeiras de Bolsonaro. Duas mulheres brancas empunhavam “armas” de mentira e usavam uma placa escrito “calma, isso é só uma arma”. Ao mesmo tempo, jovens negros seguravam um guarda-chuva e um celular, além de um desinfetante Pinho Sol, em referência a Rafael Braga, homem negro preso por carregar um desinfetante na mochila durante os protestos de 2013. Neles, estava pendurada uma placa escrita “isso NÃO é uma arma”. Em setembro, um morador da favela Chapéu Mangueira, no Rio de Janeiro, foi morto pela Polícia Militar, que teria “confundido” um guarda-chuva com uma arma.
Ao longo do trajeto, os manifestantes entoaram diversas músicas criticando projetos de Bolsonaro, como “ô Bolsonaro, vai se foder, eu não vou trabalhar até morrer”, em referência à proposta de reforma da Previdência. “Trabalhador, fica ligeiro, Bolsonaro quer seu 13º” era outra canção, assim como “trabalhador, presta atenção, o Bolsonaro tá do lado do patrão” e “Ô Bolsonaro, seu fascistinha, a mulherada vai botar você na linha”.
O ato foi encerrado no Largo Zumbi dos Palmares, tradicional local de destino de protestos na cidade. “Hoje, em várias capitais, a Povo Sem Medo saiu para a rua. Não podemos recuar. Eles querem avançar sobre nossos direitos, sobre a liberdade do nosso povo”, disse a dirigente da Frente, Berna Menezes. Ela agradeceu aos jovens que participaram, acrescentando que “não podemos confiar nas redes sociais, nada substitui o olho no olho e o coração no coração”.
Texto: Debora Fogliatto / Sul 21
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Fotos por Joana Berwanger/Sul21