Bolsonaro poderá escolher 11 reitores de universidades federais sem respeitar consulta à comunidade

Com discurso que prega mudanças radicais nas universidades, o presidente Jair Bolsonaro poderá escolher o reitor de 11 instituições federais neste ano, segundo informações da Folha de S. Paulo. As indicações serão feitas após a edição de um documento do Ministério da Educação que reduz o poder dos estudantes e funcionários nas eleições internas, assinada no dia 13 de dezembro de 2018, durante o processo de transição para o novo governo.

O documento estabelece que são ilegais consultas internas para escolhas de reitor nas quais o peso do voto dos professores é menor do que 70%.

A proporção contraria a prática de muitas instituições que usam o sistema “paritário”, no qual o voto de cada categoria (alunos, professores e técnico-administrativos) tem peso de um terço do total. Segundo levantamento da Universidade de Brasília (UnB), de 2012, 37 das 54 universidades federais usavam esse sistema.

Para evitar questionamentos legais, as universidades tratam a eleição paritária como uma consulta informal, enquanto a votação oficial é feita por colegiados que seguem o peso de 70% de votos para os docentes. Esses órgãos costumam referendar o resultado das consultas paritárias.

O documento ainda impede o envio de listas com menos de três nomes ao presidente da República, a quem cabe a escolha final. Desde o governo Lula, o primeiro colocado tem sido o indicado.

Neste ano, devem vencer os mandatos dos reitores da UFRJ, UFC, UFGD, UFMA, UFPE, UFRB, UFRN, UFV, UFVJM e Unirio.

Fonte: Metro1 e Folha de S. Paulo