Projeto de privatização das universidades terá cobrança de mensalidade na Pós e forte presença da iniciativa privada dentro das federais
Em mais uma confusão sob o comando do ministro Abraham Weintraub, o Ministério da Educação vazou a informação no Portal Nacional de Educação (PNE) sobre cobrança de mensalidade nas universidades públicas em publicação no sábado (13).
No texto publicado o PNE havia informado que “estudantes que obtiverem mais de 3 salários mínimos por pessoa, equivalente a R$ 2.994 (dentro do grupo familiar) terão que arcarcom as mensalidades nas universidades públicas pelo País”.
O post diz ainda que a decisão será anunciada no “pacote de privatização das Universidades Federais e dos Institutos Federais”, por Jair Bolsonaro, Weintraub e o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa, nesta quinta-feira (18).
Tentativa de “panos quentes”
Diante da repercussão negativa, o PNE divulgou nova nota na noite deste domingo (14), compartilhando texto de tuíte de Weintraub, em que ele diz que “a graduação não será paga pelos alunos das federais” – sinalizando, no entanto, o pagamento de outros cursos, como a pós-graduação.
Na retratação, o PNE replica o tuíte do ministro dizendo que “”Não há privatização alguma! Teremos um modelo moderno, que nos aproximará da Europa, Canadá, Israel, Austrália, EUA, etc. A adesão das universidades será voluntária, permitindo separar o joio do trigo…as que quiserem ficar no atual modelo, poderão ficar… (SIC)”.
O desmonte da universidade pública vem aí
O fato é que independente da tentativa do ministro de amenizar a proposta, a reforma administrativa das universidades federais, deve ser anunciada nesta quarta-feira (17), e pretende implantar um modelo de sucateamento das universidades públicas, que com menor orçamento do governo federal, serão liberadas para captar recursos na iniciativa privada
Os trabalhadores e estudantes das universidades federais devem ficar atentos ao desmonte das universidades federais, que virá à galope. Segundo informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico na última semana, o novo projeto seria chamado Future-se e teria como objetivo o “fortalecimento da autonomia financeira das universidades e dos institutos federais” , nas palavras do secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior.
O anúncio ocorreu em um evento que discutiu um programa implantado pelo governo australiano no fim dos anos 80, quando o modelo de ensino superior do país deixou de ser totalmente gratuito para se tornar híbrido, com o estudante arcando por parte dos custos de sua formação ao longo da vida.
Fontes: Valor Econômico, Folha de S. Paulo e Revista Fórum