Campanha de solidariedade à Cláudia Fávero, militante pelo direito à moradia digna

Ocorre até o dia 01º de dezembro, através da plataforma Vakinha, uma campanha de solidariedade à Cláudia Fávero. Arquiteta e urbanista, Cláudia é defensora dos direitos humanos e militante pelo direito à cidade e à moradia digna. A campanha lançada por ela tem como objetivo cobrir os custos de processos em que foi condenada, devido à luta dela pelos direitos humanos e pela moradia digna para todas e todos.

A campanha tem como meta arrecadar R$10mil. “Como seguirei na luta, caso esse valor seja ultrapassado, será destinado à projetos e ações pela garantia efetiva do direito à habitação. Conto com a ajuda de todas e todos!”

CLIQUE AQUI PARA CONTRIBUIR NA CAMPANHA DE CLÁUDIA FÁVERO

Confira o relato de Cláudia Fávero sobre o ocorrido:

No ano de 2017 a Ocupação Lanceiros Negros no Centro Porto Alegre chamou a atenção de todas as pessoas que acompanham a luta por moradia no país. Na noite do dia 14 de junho, uma das mais frias daquele ano, a Brigada Militar realizou despejo violento, colocando famílias inteiras ao relento, dentre idosos e recém nascidos. Ocorreu, logo em seguida, uma segunda ocupação no Centro, chamada “Lanceiros Negros Vivem!”, feito pelas mesmas pessoas, que não tinham para onde ir. No dia 23 de agosto de 2017, o aparato de repressão do Estado se organizou para cometer mais um ato de força, sob a ordem do Poder Judiciário. Desta vez, felizmente, conseguiu-se mediação, após muita negociação, e as famílias saíram sem acontecer a atuação da tropa de choque.

Neste meio tempo, almoçando em lugar próximo, deparei-me com agentes da tropa de choque, que estavam a postos para reprimir, se revezando num lugar chamado Tudo pelo Social. Indignada pela forma como a questão da moradia é tratada e pelo despejo violento que havia ocorrido recentemente, tirei uma foto minha, do meu rosto, com os policiais ao fundo e postei numa rede social, fazendo uma crítica à Brigada Militar. Fui processada por 7 Brigadianos, que alegaram terem sofrido danos por isso. Dos 7 processos fui absolvida em 5, inclusive, porque havia Brigadianos de costas e distantes, que não tinham como ser identificados, mas que ainda assim tentaram ganhar indenização. Fui condenada em 2 processos. Nestes dois fui absolvida na primeira instância, mas recorreram e a turma recursal terminou por me condenar a pagar R$ 2.678, 43 para cada um, em valores atualizados. Os processos são 9002226-09.2017.8.21.6001 e 9002311-71.2017.8.21.3001. Por isso que estou aqui pedindo a solidariedade de quem defende a liberdade de expressão, de quem está ao lado dos movimentos organizados que lutam por moradia. Faço esta vaquinha, pois não tenho nem perto deste montante e se não pagar no prazo, terei que pagar mais uma multa. Peço o apoio de vocês para atingir o valor necessário para cobrir os custos dos processos, e caso esse valor seja ultrapassado, me comprometo a destiná-lo à projetos e ações de luta pela moradia digna.

Os processos são 9002226-09.2017.8.21.6001 e 9002311-71.2017.8.21.3001. Por isso que estou aqui pedindo a solidariedade de quem defende a liberdade de expressão, de quem está ao lado dos movimentos organizados que lutam por moradia. Faço esta vaquinha, pois não tenho nem perto deste montante e se não pagar no prazo, terei que pagar mais uma multa. Peço o apoio de vocês para atingir o valor necessário para cobrir os custos dos processos, e caso esse valor seja ultrapassado, me comprometo a destiná-lo à projetos e ações de luta pela moradia digna.