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Nota em defesa da Autonomia Universitária, da Democracia e da Paridade

A ASSUFRGS Sindicato sempre defendeu a autonomia universitária e a democracia na UFRGS e neste momento em que a extrema direita ameaça intervir na Universidade não poderia ser diferente: não vamos aceitar que Bolsonaro imponha o novo Reitor da UFRGS!

A principal riqueza da UFRGS é a sua comunidade. São estudantes, técnico-administrativos em educação e docentes que, juntos, fazem dela uma das melhores Universidades do país. Por isso, a escolha do dirigente da nossa Universidade precisa respeitar o desejo da comunidade universitária: defendemos que a consulta seja democrática, paritária e sem o fator que reduz o voto dos estudantes. Infelizmente, em nome do legalismo e conveniência, fomos derrotados por uma pequena maioria no Conselho Universitário. Agora, este mesmo legalismo é usado pela extrema direita, que quer escolher o novo reitor de acordo com suas conveniências. Não podemos permitir que Bolsonaro aprofunde, ainda mais, a crise democrática na UFRGS!

Há décadas que lutamos pela PARIDADE na UFRGS, que pode ser aplicada por meio do exercício da AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA, como fazem por volta de 70% das Universidades Federais do país e todos os Institutos Federais. Antes e durante o processo de consulta à Reitoria, alertamos que o argumento de que “tudo deveria permanecer como foi na última consulta, por segurança jurídica” era falacioso e depositava ao Bolsonaro a confiança que não se pode ter em um presidente que trata com total descaso os direitos humanos, a vida, a educação e a saúde públicas. Nós da ASSUFRGS sempre tivemos a certeza que para combater qualquer ameaça é necessário a união dos segmentos que compõem a UFRGS e isso só se dá com MAIS DEMOCRACIA, iniciando com a PARIDADE na consulta à Reitoria. Nossa categoria, junto com os estudantes e boa parcela de docentes, não foi ouvida: preferiram manter a consulta com o famigerado 70/15/15, depositando em Bolsonaro a confiança de respeito ao processo encaminhado pelo CONSUN.

Diante dos votos depositados na consulta à Reitoria pelos três segmentos da UFRGS, ficou evidenciado que a comunidade universitária não quer a extrema direita no comando da Universidade (veja a apuração paritária realizada pela ASSUFRGS). Nesse sentido, qualquer tentativa de Bolsonaro de nomeação que contrarie a vontade da comunidade da UFRGS será vista como uma afronta à Autonomia Universitária, evidenciando-se uma intervenção externa, à qual a comunidade da UFRGS resistirá com firmeza.

Lutaremos contra a intervenção externa, assim como lutamos e lutaremos contra os cortes de verbas que ameaçam o futuro das Ifes, contra o Future-se, contra a Reforma Administrativa que ameaça servidores e os serviços públicos, contra a banalização das mortes de mais de 115 mil brasileiros pela pandemia.

E, mais uma vez, reafirmamos: para defender a UFRGS é fundamental a unidade da comunidade universitária. E unidade não se impõe, não se convoca: se constroi na prática, com ações conjuntas, com diálogo permanente, com respeito a todos os segmentos, com democracia, com PARIDADE! A UFRGS precisa caminhar rumo à democratização de nossos espaços, em uma aliança de toda comunidade, como parte da luta por um projeto de sociedade democrática, justa e antifascista.

Se puder, venha para o ato simbólico em defesa da autonomia da democracia na UFRGS nesta quarta-feira, 26 agosto, com concentração em frente à Faced. Venha de máscara, respeite o distanciamento social, traga seu cartaz. Se não puder vir, fique em casa e apoie nossos atos pelas redes!

Por autonomia e democracia!

Contra os cortes!

Em defesa da nossa UFRGS!

Paridade já!