Diretórios e Centros Acadêmicos da UFRGS aprovam moção contra intervenção na reitoria

Os Conselho de Entidades de Base da UFRGS (Diretórios e Centros Acadêmicos) aprovaram uma Moção de Repúdio à intervenção na UFRGS. A moção foi ratificada na Assembleia dos Estudantes da Fabico, do dia 17 de abril. As coordenadoras da ASSUFRGS, Marcia Tavares e Mariane Quadros, representaram o sindicato. Confira abaixo a íntegra do documento:

Pela autonomia universitária: Fora Bulhões!

O Conselho de Entidades de Base da UFRGS manifesta publicamente o seu repúdio à intervenção bolsonarista nas Instituições Federais de Ensino Superior, se posiciona em defesa da autonomia universitária, pelo respeito às eleições realizadas pela comunidade universitária, pelo fim do modelo de votação antidemocrático que prejudica técnico-administrativos e estudantes e pela defesa da construção de um modelo de votos paritário já adotado nasprincipais universidades do país, modelo mais democrático, buscando alcançar um  modelo de voto mais justo e democrático nas eleições para as reitorias das universidades públicas, e pela paridade na composição dos Conselhos e Câmaras Superiores da Universidade. Reafirmamos a posição do Movimento Estudantil da UFRGS contra a escalada autoritária do governo Bolsonaro e suas ameaças golpistas com objetivo de sucatear e mercantilizar a educação pública. Nossa posição é em defesa das liberdades democráticas conquistadas pelos movimentos populares no Brasil, e da educação pública, gratuita, socialmente referenciada, e para todos.

Manifestamos também nossa resoluta contrariedade à intervenção bolsonarista na UFRGS e à nomeação ilegítima de Carlos André Bulhões e Patrícia Helena Pranke para a Administração Central de nossa Universidade. A atual gestão da Reitoria não tem legitimidade perante à comunidade, visto que sua chapa saiu derrotada nas eleições universitárias, sendo nomeada através de uma articulação espúria com o deputado Bibo Nunes e outros setores obscurantistas, que atuam contra a existência das universidades públicas. E revela o caráter autoritário de sua gestão quando contraria as decisões do Conselho Superior da UFRGS a respeito da resolução de número 062/21. Exigimos a renúncia de Carlos Bulhões e de seu gabinete interventor. Caso este se recuse, exigimos que o Conselho Universitário cumpra o Estatuto e Regimento da UFRGS, no seu Artigo 12º, inciso XVII, e destitua Carlos André Bulhões e Patrícia Helena Pranke. Solicitamos às entidades sindicais e todos os setores democráticos da UFRGS que se somem em uma campanha pelo fim da intervenção e em defesa das liberdades democráticas dentro e fora da Universidade.