Nota da ASSUFRGS sobre os desligamentos e matrículas precárias na UFRGS
As ações afirmativas são uma conquista importante para garantir o acesso dos filhos da classe trabalhadora, da população negra e indígena e das pessoas com deficiência à educação superior pública. Também é fundamental para tornar a universidade cada vez mais diversa e popular. Por isso, defendemos as ações afirmativas e estamos sempre do lado de todos aqueles que lutam pela defesa das cotas.
Há muito o que avançar e um dos pontos fundamentais é a verificação dos que se encaixam ou não nas regras das ações afirmativas. Coibir as fraudes é fundamental, a fim de garantir o acesso a quem tem direito. Mas não é possível que o próprio processo de comprovação seja extenuante e desgastante para os cotistas e também para os técnico-administrativos em educação que estão envolvidos nessa análise. E esse processo de ingresso, assim como a estrutura necessária para o trabalho de verificação, nunca foram alvo da devida atenção nem por esta gestão e nem pelas gestões anteriores!
Queremos destacar o árduo trabalho desenvolvido pelos colegas envolvidos na verificação de documentos e demais requisitos para que as cotas sejam preenchidas por aqueles que têm direito. Técnicos que trabalham na maioria das vezes sobrecarregados e sem a estrutura necessária. Em condições que foram agravadas ainda mais pela pandemia: tiveram que se virar para seguir fazendo o seu trabalho de casa e ainda buscar todas as formas possíveis de conseguir contatos com os estudantes. Colegas que muitas vezes compram brigas com as administrações, para defender os cotistas, impedir injustiças e pleitear melhores condições para exercer um trabalho fundamental. Que exercem seus fazeres de forma dedicada, mas limitados pela falta de condições de trabalho e pelos regramentos vigentes.
Por isso, nossa crítica à matrícula precária e aos quase 200 desligamentos ocorridos na última semana é endereçada única e exclusivamente à Reitoria, a essa gestão e às gestões anteriores! É urgente construir um processo de verificação que garanta as cotas aos que têm direito; assim como garantir o quantitativo de TAEs e a estrutura necessária para que esse processo seja o mais célere possível, sem sobrecarregar os trabalhadores, nem permitir que cotistas sejam excluídos por não conseguir cumpir a burocracia.
É urgente que se busque uma resolução para as matrículas provisórias (precárias) na UFRGS, ouvindo o movimento negro, o movimento social, as representações dos estudantes e demais segmentos da comunidade universitária, assim como os TAEs que trabalham no ingresso.
Em defesa das cotas!
Por uma universidade pública e popular!
ASSUFRGS Sindicato