02 de outubro – Milhares nas ruas de Porto Alegre contra Bolsonaro e a PEC 32

Mais de 40 municípios do RS tiveram protestos neste sábado (2), contra o Governo Bolsonaro; em todo o Brasil, foram mais de 200 cidades, com atos realizados em todas as capitais. Mobilização amplia as pautas e aborda a alta da inflação e a luta contra a Reforma Administrativa.

Porto Alegre foi palco de uma forte mobilização contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste último sábado (02). O protesto que teve concentração na Borges de Mederios, entre o Mercado Público e a Prefeitura de Porto Alegre, seguiu marcha até a Cidade Baixa, passando pelo Túnel da Conceição, Sarmento Leite e Loureiro da Silva.

Bloco da ASSUFRGS – Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRGS, UFCSPA e IFRS, levou aos céus da passeata um enorme balão inflável com os dizeres “Fora Bolsonaro” e “Não á PEC 32”. Colegas da categoria compareceram, segurando bandeiras do sindicato e vestindo camisetas da ASSUFRGS.

Foi possível constatar uma amplitude do movimento na capital gaúcha. A mobilização deste sábado (02) contou com setores da sociedade que antes não eram vistos nos atos contra o governo federal neste ano. Além das centrais sindicais, frentes populares e movimentos estudantis que costumam estar na vanguarda do movimento, chamou atenção uma inédita pluralidade de partidos políticos. Marcaram presença lideranças e militância dos partidos: PSOL, PT, PCdoB, REDE, PDT, Cidadania, PSB, PCO, UP, PSTU, PCB e PV. Representantes das entidades e partidos se revezaram no carro de som durante a concentração do ato, além dos problemas referentes à pandemia e à economia, foram tema das falas, a necessidade de união para derrubar Bolsonaro antes das eleições de 2022.

A caminhada que saiu do Largo Glênio Peres passou ao lado da rodoviária de Porto Alegre e seguiu pelo túnel da Conceição em direção ao Largo Zumbi dos Palmares. Os milhares de manifestantes tomaram várias quadras desse trajeto sendo acompanhados por efetivos da EPTC e da Brigada Militar. A marcha, animada por várias bandas de percussão espalhadas entre os manifestantes, transcorreu sem nenhum incidente e recebeu o apoio de pessoas que estavam nas calçadas e em janelas de prédios da região. Os gritos de “Fora Bolsonaro e “genocida” preencheram o final da tarde ensolarada no centro da capital gaúcha.

No Rio Grande do Sul, mais de 40 cidades registraram protestos. Foram registrados atos em Pelotas, Alvorada, Cruz Alta, Caxias do Sul e outras cidades. Veja fotos dos atos do interior, clicando aqui.

Galeria de Fotos – Ato 02 de outubro em Porto Alegre

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Não `à PEC 32 e “Bolsocaro”

Protestos pelo impeachment de Jair Bolsonaro, realizados neste sábado (2), colocaram a disparada no preço do gás de cozinha, dos alimentos, da gasolina e da energia elétrica como protagonista. Também foi visível um aumento de faixas, cartazes e dizeres contrários à PEC 32, da Reforma Administrativa e contra as privatizações, se destacando mensagens em defesa dos Correios e da Trensurb, mas também referências à CARRIS e Banrisul.

A visibilidade da pauta contra a PEC 32 nas marchas deste sábado (02) é uma vitória dos sindicatos dos servidores públicos das três esferas, que vem fazendo forte pressão contra a tramitação da Reforma Administrativa no Congresso Nacional. Dando maior visibilidade a esta pauta nas marchas populares conseguimos dialogar diretamente com a população, ampliando assim a defesa dos serviços públicos contra o desmonte defendido por Paulo Guedes e aliados do Governo.

Fica claro que as manifestações pelo Fora Bolsonaro, que ocorrem desde maio de 2021, iniciaram uma nova fase. Se antes a pauta central era “Bolsonaro Genocida”, remetendo ao descaso do governo no enfrentamento à pandemia, afinal chegamos a 600 mil mortes, o que fortalece o movimento agora é também o alto custo do preço de vida.

Os problemas econômicos estavam fortemente presentes na mobilização em Porto Alegre. A cesta básica na capital gaúcha sofreu um aumento de 26%, segundo o Dieese. Com gasolina passando R$7 e botijão de gás sendo encontrado a R$100, a situação se torna insustentável para a maioria das famílias e este descontentamento é visto nas ruas.

A pandemia prolongada artificialmente por Boksonaro levou o desemprego a patamares nunca vistos no país, chegando a 14,8 milhões. Quando a fome apertou (a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional calcula em 19,1 milhões no final do ano passado), Bolsonaro cancelou o auxílio emergencial em 31 de dezembro e só retomou em abril, com valores mixurucas de R$ 150, R$ 250 e R$ 375 – muito menos que os R$ 600 ou R$ 1200 aprovados pelo Congresso no primeiro semestre de 2020. O piso não compra 25% da cesta básica em São Paulo, por exemplo.

Com informações do Brasil de Fato, Brasil de Fato RS e Sul21.