Categoria divulga documento com diretrizes para um retorno presencial gradual e seguro na UFRGS, UFCSPA e IFRS
Na tarde desta quinta-feira (28) ocorreu a Reunião Ampliada do Conselho de Representantes da ASSUFRGS, que reuniu delegados eleitos em diferentes unidades da UFRGS, UFCSPA e IFRS para debater as diretrizes de um retorno gradual e seguro aos trabalhos presenciais na base do sindicato. Ao longo do mês de outubro, a ASSUFRGS realizou uma série de reuniões nas unidades, onde foi reunido o entendimento da categoria acerca de um retorno presencial. O documento gerado a partir deste grande debate pode ser conferido na íntegra no link abaixo:
Protocolo Geral da Assufrgs Sindicato – Retorno gradual e seguro – 28 de outubro de 2021
A mesa da reunião ampliada do CR foi comandada pelos Coordenadores do conselho, Tatiana Calvete e Erick Vaz, e por Maristela Piedade e Ricardo Souza, representando a Coordenação do sindicato. “A ASSUFRGS montou esta proposta de ouvir os colegas da categoria sobre o retorno presencial, pois a universidade tem uma função social muito importante. Inclusive entramos no calendário de vacinação antes de outras categorias, portanto é importante que tenhamos uma proposta de retorno coerente”, frisou Maristela Piedade, Coordenadora da ASSUFRGS. “Estamos debatendo as diretrizes gerais para um retorno gradual e seguro, tendo consciência da nossa responsabilidade social, mas também buscando preservar a saúde e segurança dos trabalhadores das universidades e Institutos Federais. Agradecemos todos os colegas que realizaram os debates em suas unidades e elegeram representantes para a reunião de hoje”, acrescentou Tatiana Calvete, Coordenadora do CR.
A reunião iniciou ouvindo os representantes TAEs no Comitê Covid-UFRGS, Glória Tavares e Rui Muniz, que trouxeram o relato sobre o entendimento do comitê científico de indicar o passaporte vacinal para um retorno em segurança. Um dia após a divulgação destas diretrizes, a comunidade da UFRGS foi surpreendida com portaria do reitor, informando que não acataria a sugestão do comprovante vacinal. “Conseguimos avançar internamente, dentro do Comitê, o debate sobre a importância do passaporte da vacina na universidade, com muito embasamento científico sobre o tema. Para dois dias depois o Reitor tomar esta atitude, fazendo um sinal para uma parcela pequena e negacionista da comunidade da UFRGS. São dias e dias de discussão deste corpo científico e o Reitor apenas desconsidera o que estamos fazendo. É um absurdo o que está acontecendo! Eu digo que estamos em uma ditadura dentro da universidade, onde foram cortados inclusive os microfones de conselheiros no Consun e não dá mais para deixar assim.”, relatou Gloria Tavares, representante da ASSUFRGS no Comitê Covid-UFRGS.
Para Rui Muniz, Representante do CONSSAT UFRGS no Comitê Covid, é importante frisar que inicialmente o Comitê gostaria de tratar as diretrizes do retorno presencial somente no âmbito da pós-graduação. “Em três dias de reunião conseguimos avançar em pontos importantes, incluímos a parte de ensino graduação e extensão. Fica claro que eles não querem que os trabalhadores e estudantes, ocupem novamente a universidade. Avançamos também em planos de ensino e de trabalho que garantam efetivamente o rigor das medidas de saúde e segurança, para que as direções de unidades tenham princípios a seguir. Só que tudo isso se amarrava em cima da questão do passaporte vacinal. As vacinas cientificamente reduzem a possibilidade de transmissão, além disso que se contamina, tem efeitos diminuídos. UFRJ e FURG definiram o passaporte em cima de sua autonomia. estamos vivendo uma situação muito ruim, não dá para deixar passar isso.”, enfatizou.
Após os integrantes do Comitê Covid-UFRGS os delegados eleitos deram o informe do debate que se deu em suas unidades. Seguem os principais pontos levantados pelos colegas:
Ana Maria – ICBS
- Foi criado documento para construção, junto à categoria, das demandas de um retorno gradual restrito e escalonado em diferentes espaços do ICBS, como biblioteca, laboratórios de aula práticas, laboratórios de pesquisa, secretarias da pós-graduação, salas de multiuso, etc.
- Existe já expectativa de retorno para janeiro de 2022.
- Será realizada uma reunião com a direção para apresentar o documento.
Marco Silva – Ceclimar
- Ceram – Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos continua trabalhando desde o início da pandemia.
- Laboratórios começaram algumas atividades de forma incipiente ao longo deste ano, principalmente na questão da manutenção, devido à nossa posição geográfica, muita umidade do Ceclimar e precisam cuidados coleções de animais empalhados, equipamentos, etc. Trabalho em regime escalonado para esta manutenção.
- Protocolos para retorno de aulas. Alguns laborarias tem espaço físico bastante reduzido, o que impediria uma restrição maior de afastamento.
- Estrutura geral necessitaria de melhoras para se adequar.
Rodrigo Fuscaldo – ICTA
- No ICTA a gente vem trabalhando sobre demanda. Pincipalmente nas portarias que flexibilizaram a pós graduação, estamos atendendo os estudantes. e alguns setores administrativos, como “compras”.
- Fizemos uma reunião dia 27, com 12 colegas, um pouco mais da metade do nosso de TAEs na unidade.
- Decidimos os seguintes encaminhamentos:
- 1) que não se retorne o ponto eletrônico neste retorno restrito às atividades presenciais;
- 2) que a UFRGS deve garantir uma estrutura para o quesito alimentação, já que o Campus do Vale é afastado de serviços de alimentação, o que dificultaria acesso ao almoço, etc;
- 3) possibilidade de turno reduzido e escalonamento, principalmente para os colegas do administrativo. Que possam vir um colega 4 horas, sem necessidade de almoço no campus e um segundo colega, mais 4 horas para completar o turno;
- 4) foi falado também sobre a necessidade da volta do RU;
- 5) o não recebimento de pessoal externo à universidade, exceto prestadores de serviço que precisam estar no local.
- A unidade votou pela exigência do passaporte vacinal e demais recomendações do Comitê Covid-UFRGS.
- A UFRGS deve possibilitar testagem periódica por amostragem ou demanda, distribuir mascaras PFF2, realizar contato com a EPTC para ampliar linhas de ônibus que atendem ao Campus do Vale.
- Liberação controlada do acesso aos laboratórios para os bolsistas.
- Suspender o uso do termômetro na portaria.
Ananda Feix – CLN
- Eminencia da retomada de atividades presencias, principalmente dos laboratórios em janeiro.
- Linhas de ônibus não estão vindo mais até o campus.
- Problema de falta de água potável, já que nosso atendimento é de poço artesiano e ficou dois anos parado, com agua barrenta.
- A gente já não tinha lancheira, desde antes da pandemia, estávamos contanto apenas com RU e estudantes vendendo lanches.
- trabalhadores terceirizados. Falta pessoal, com limpeza de setores apenas escalonada e com falta de EPIs para estes trabalhadores. falta tb de material de limpeza.
- Preocupação com o fornecimento de EPIs para os servidores.
Charles Almeida e André Grassi – SECOM e CTE UFRGS
- Elencadas algumas sugestões ao documento da Assufrgs:
- Que os Planos de Retorno ao trabalho considerem que funções são necessárias presencialmente, e quais não. Que cada unidade possa designar isto.
- Que aja avaliação da capacidade do número de pessoas por ambiente, pois alguns ambientes não tem ventilação.
- Máscaras recomendadas como PFF2.
- Que se designe um plano de testagem para os trabalhadores presencial.
- Que a reitoria providencie condições para limpeza e desinfecção dos ambiente. Algumas direções de setores dizem que não tem gente para operacionalizar como deveria.
- Colegas que tenham que fazer cobertura só podem trabalhar se todos no ambiente estiverem de máscaras, com controle de ocupação de espaço, e que o servidor possa se negar a participar de determinado evento se não estiver sendo respeitadas as medidas de segurança.
- Se falou muito sobre a questão da vacina. Quando realizamos a reunião, em 15 de outubro, estava praticamente certo que se pediria comprovante de vacinação, mas fomos surpreendidos pela decisão do reitor.
- Não ter uma regra geral na universidade que se aplique a todos, sem considerar especificidades de setores e unidades.
- Quase dois anos do trabalho remoto, e se considerasse que nem tudo pudesse se cobrar a necessidade de ponto.
Denise e Mariana – Psicologia
- Preocupações dos colegas são questões em relação à segurança do horário noturno. Atendimento ao publico externo não tem cancelista à noite e segurança.
- Garantia de limpeza nos ambientes. Clinicas que atendem publico externo precisam de reforço da limpeza.
- Concordância com o passaporte vacinal, escalas de revezamento adequado para cada unidade e distribuição de EPIs.
- Que não se tenha obrigatoriedade do ponto eletrônico.
Tania Peres – IBIO
- Retorno da jornada escalonada, conforme acerto de cada setor.
- Declaração para grupo de risco. Preocupação de quem fará este controle. alguns setores tem apenas um colega, e que é do grupo de risco. como resolver?
- Unidade favorável ao comprovante da vacina.
- Necessidade de criar um GT de retorno presencial.
André Telles – CPD
- Setores ainda funcionam 24h por dia desde o início da pandemia, em revezamento presencial, mas maioria trabalha remotamente.
- Já construímos o GT para acompanhar o retorno presencial. onde debatemos a IN 90 e novas portarias e decretos.
- Colegas trouxeram preocupações com condições sanitárias do retorno. OS que estão indo presencialmente presenciaram que o serviço de limpeza não está dando conta.
- O prédio do CPD é uma espécie de Galpão. Muitos setores não tem ventilação direta e outras salas possuem um n´úmero multo elevado de colegas. Até se levantou que se responda os pedidos de mudança de divisórias dentro do CPD. Pedidos estão parados desde 2019.
- Debate sobre o passaporte vacinal e fornecimento de máscaras.
Renata Lauermann, IL
- Atualmente nenhum setor está trabalhando presencialmente no IL.
- A direção entendeu que haverá o retorno presencial apenas ao estágios práticos. Por isto não entendemos ser necessário retorno massivo aos colegas.
- Apresentaremos alguns números para o conselho de unidade e diretores.
- é importante haver escalas de trabalho, com horas flexibilizadas conforme os setores.
- Falta de infra-estrutura para chegar ao Campus do Vale e problemas de alimentação no campus.
- Preocupação com manutenção sanitária do prédio, que já era precária. A direção do IL já disse que não tem condições de receber retorno agora.
- Estamos nos organizando para apresentar a proposta de que os TAEs retornem apenas quando as aulas presenciais, de fato voltarem.
Daniel – IGEO
- Ultima reunião do conselho debateu as portarias que flexibilizaram os laboratórios e ascendeu o alerta na categoria quando o diretor da unidade informou que cada chefia decidiria como e quando se daria o retorno.
- Estamos fazendo reuniões entre os colegas para debater o tema. Porém fomos pegos de surpresa quando foi chamada uma reunião do Conselho da unidade para tratar de um plano de retorno, que não havia sido enviado previamente ao conselheiros técnicos e docentes. Devido a este problema lançamos uma nota forte, contrária a este movimento, e conseguimos adiar a reunião.
- outra preocupação é que existe um movimento de docentes que quer retomar as atividades pra ontem. Nos solidarizamos com os estudantes que precisam terminar o curso, mas tem professor defendo retorno pra agora, com risco de um plano muito flexível.
- Defendemos a existência de um termo de responsabilidade, que seja assinado caso a pessoa tenha sintomas não vá. Defendemos ainda um regime híbrido.
- preocupação com a limpeza. Apenas sete trabalhadores para 14 prédios.
Rafael Pinto – Faculdade de Medicina
- Unidade vem desenvolvendo atividades híbridas desde o início da pandemia.
- Já discutimos com a direção, há algum tempo, este retorno em modalidade de escalonamento, dependendo de pessoas por núcleo e por espaço físico.
- preocupação com a obrigatoriedade do ponto, para que se possa manter o trabalho híbrido e também em relação à carga de trabalho, não necessitando as 08 horas.
- Preocupação em relação ao EPI, devido a grande circulação de pessoas nos prédios da medicina.
- Espaços de uso coletivo, principalmente bibliotecas, são outra preocupação dos colegas, pois ainda não há nenhuma definição sobre isso.
Fernanda Corte Real – UFCSPA
- Em termos de regramento a UFCSPA está muito bem. Tem regramentos de retorno gradual, com protocolos de segurança. Aberturas de processos e solicitação de EPIs para quem voltar. Existe esquema em relação a carga horária de quatro horas.
- O problema maior na UFCSPA é fazer cumprir estes regramentos. já temos professores querendo dar aulas práticas com duração de tempo maior que quatro horas. Muitas vezes isto acontece e nem chega na reitoria.
- Os poucos funcionários que deveriam voltar são aqueles extremamente necessários, mas o que tem acontecido são técnicos sendo chamados para questões banais, “como pegar chave na prefeitura e levar para o laboratório”, e outros exemplos.
- Pessoas com comorbidade sendo convocadas para trabalho é outro problema presente.
Mari Ploharski e Debora Angelis – Enfermagem
- Enfermagem já tem plano de retorno restrito para os colegas que já retornaram desde o inicio de outubro, nas aulas de laboratório.
- Setor de infraestrutura tem trabalho desde o meio da pandemia para manter os dois prédios em condições.
- Semana passada ocorreu um concurso docente a semana toda, com cuidados de candidatos e banca, com numero mínimo de pessoas na sala.
- Discussão grande sobre a questão das máscaras. O que existe é uma falta de consenso sobre qual máscara usar dentro da unidade. A gente não sabe se a universidade vai fornecer, que tipo de máscara, etc…
- Preocupação em relação ao ponto, devido a flexibilidade de turnos.
- LAPENF voltou e garantiu o protocolo da vacinação. No laboratório existe dificuldade de fazer o distanciamento devido ao tamanho dos espaços e aulas práticas.
- Os ambientes na Escola de Enfermagem tem ventilação, neste quesito é tranquilo.
- Alunos de término de curso estão reivindicando o retorno das aulas práticas, para além do LAPENF.
Mara Luz e Doris Borges – Engenharia
- O setor de infraestrutura tem trabalhado desde o início da pandemia.
- Após laboratório abertos foi feito um documento com procedimentos.
- Unidade está ainda contando com a exigência do passaporte vacinal. ponto em consenso entre os colegas.
- EPI, distanciamento e ventilações, além de acompanhamento psicológico são pontos que merecem atenção em um retorno gradual.
- Atendimento a servidores com comorbidade, com possibilidade de flexibilização de horários de trabalho.
- No Conselho da unidade todos os docentes incentivam a comprovação vacinal.
- Escola vai tentar providenciar a compra dos EPIs
- Questão da limpeza preocupa, devido a diminuição no número de pessoas.
Sandra Stefani – Creche
- A creche está apenas com 3 crianças matriculadas, que saem agora no fim do ano. Portanto teria que abrir novo edital.
- Cerca de 10 dias atrás, o reitor e um grupo da administração central apareceram na creche para conferir o espaço físico da creche e saber a situação da ocupação de novos alunos. Reitor informou que não tem interesse em terminar com a creche, mas que só fará o que está dentro da lei. Foi pedido que se fizesse um plano de como a Creche imagina seguir em funcionamento para passar para avaliação da procuradoria.
- A creche com estes dois anos de pandemia, ficou bem sucateada.
Após as falas dos delegados eleitos, o grupo encaminhou a construção do documento com as diretrizes da Assufrgs. Objetivo é entregar o documento diretamente aos diretores de unidade e reitorias. A íntegra do documento pode ser conferida, no link abaixo:
Protocolo Geral da Assufrgs Sindicato – Retorno gradual e seguro – 28 de outubro de 2021