Orçamento 2022: congresso prioriza gastos com o Fundo Eleitoral e reajuste de policiais
Nesta terça-feira (21), o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei Orçamentária para 2022 com R$ 4,9 bilhões destinados ao fundo eleitoral, o que representa um aumento de 190%, enquanto o salário mínimo receberá um acréscimo de apenas 10%.
O orçamento também confirma R$1,7 bilhões para o reajuste salarial da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Essa quantia se deve a um pedido direto do presidente da República, o que demonstra que este reajuste seletivo tem cunho meramente eleitoral.
Em contrapartida, as Universidades Federais receberão R$5,1 bilhões para gastos discricionários – funcionamento, obras, contratação de serviços de terceirização de mão de obra e despesas com assistência estudantil – para as 69 instituições. Embora represente um aumento de 19% do orçamento de 2021, esse valor ainda é insuficiente para repor as perdas que houveram nos últimos anos com o sucateamento do ensino. Em 2011 o orçamento chegou a R$12 bilhões para as instituições federais e a cada ano esse valor vem sendo reduzido.
Segundo a Andifes, é necessário R$ 6,9 bilhões para realizar todas as manutenções das universidades federais e ainda custear os gastos com energia elétrica, água e serviços de limpeza, segurança e manutenção.
Diante de uma realidade de economia paralisada e desemprego alto, o congresso prioriza os banqueiros. A lei orçamentária aprovada prevê que R$1,88 trilhões sejam destinados ao refinanciamento da dívida pública. Ou seja, 39% do orçamento público nacional irá diretamente para os bolsos de grandes banqueiros e investidores do capital financeiro nacional e internacional, através de uma dívida ilegítima e fraudulenta. Enquanto isso, educação e saúde do país inteiro ficarão com apenas R$246,4 bilhões.
O orçamento aprovado no Congresso Nacional, e que agora segue para sanção presidencial, comprova que Bolsonaro fará de tudo para comprar o apoio necessário para sua tentativa de reeleição em 2022.
Fontes: Portal de notícias G1, Senado legislativo.
Imagem em destaque: Colagem/ Ana Helena Corradini