FONASEFE inicia construção de greve unificada dos servidores públicos
Nesta quarta-feira (29), o FONASEFE, junto com mais 14 entidades sindicais, organizaram uma coletiva de imprensa online para responder jornalistas a respeito da greve unificada dos servidores públicos federais que está sendo construída, devido a nova lei orçamentária aprovada pela câmara, que prevê reajuste salarial apenas para policiais. Realizada totalmente online e transmitida ao vivo pelo Facebook, os representantes das instituições argumentaram suas razões para a construção da greve geral.
Maioria dos servidores públicos federais não possuem reajuste de salário desde 2017, sendo que os TAEs já contabilizam 06 anos sem reajuste. Este ano, por decisão do presidente, destina uma quantia de R$ 1,7 bilhões para o reajuste apenas de policiais federais. Os representantes na comitiva pontuaram que não são contra o reajuste desses servidores, mas que exigem um reajuste para todos.
Toninho Alves, presidente da FASUBRA, afirmou que para além da questão salarial, outras pautas também unificam o conjunto dos servidores, como ocorreu com a PEC 32. “No momento, a lógica governista que pretende realizar o reajuste de apenas uma categoria muito específica, convoca novamente os servidores a se organizarem coletivamente em um movimento unificado.” Toninho defendeu a realização de Assembleias nas bases para definir adesão à paralisação unitária.
Davi Lobão, Coordenador-geral do SINASEFE afirmou que “com mobilização é possível fazer com que esse valor seja repassado para o reajuste de todas as classe de servidores e que se essa quantia não for suficiente, é possível também retirar dinheiro de outros lugares para isto.” Ele ainda traz dados de que em 2021, foram devolvidos R$134 bilhões aos cofres públicos que não foram gastos no orçamento deste ano, portanto, o reajuste salarial dos funcionários é possível “Dinheiro tem!”.
Embora afirmem que não seja possível definir uma data exata da greve, é confirmada uma agenda de assembleias para o mês de janeiro onde vão estar pautando os detalhes do movimento. No dia 14 de janeiro ocorrerá uma reunião do FONASEFE junto a demais entidades para que se possa discutir mais a fundo a greve unificada, e é prevista ao final de janeiro uma Plenária Nacional do FONASEFE, durante o Fórum Social Mundial.
Roberto Muniz, presidente do Sindicato de Gestão em Ciência e Tecnologia (SindGCT) ressalta que “a classe dos servidores não trabalha para o governo e sim para a população brasileira”, e que reivindicar o reajuste salarial desses trabalhadores, é reivindicar melhorias na prestação de serviço público à população.
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Movimentação em diferentes setores do funcionalismo
O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que representa 37 entidades associativas e sindicais totalizando 200 mil servidores públicos, também planeja intensificar em janeiro as mobilizações para pressionar o governo. A primeira greve, uma mobilização nacional, já está marcada para o próximo dia 18.
Dentro do BC (Banco Central), o sentimento é de descontentamento com a decisão do governo de contemplar a recomposição salarial de apenas uma categoria. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), espera que os cargos de chefia do órgão devam começar a ser entregues no dia 3 de janeiro. Nessa data, o sindicato vai começar a rodar uma lista eletrônica para adesão ao movimento.
Fala infeliz de Guedes compara reajuste à tragédia de Brumadinho
O ministro Paulo Guedes já pontuou que realizar ajustes nas folhas de pagamento de diversas categorias de funcionalismo público vai impactar diretamente na economia do país. Segundo o ministro, “quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus”
E ainda compara o reajuste salarial como possível causador de tragédias como a que ocorreu em Brumadinho, pois segundo ele, esse valor seria retirado do orçamento de manutenções necessárias. “Temos de ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”.