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PEC 32: a maioria dos parlamentares discorda que reforma combate privilégios

Segundo pesquisa trimestral realizada pelo Congresso em Foco Análise, são baixíssimas as expectativas de aprovação de reformas ainda durante o atual mandato do governo de Jair Bolsonaro e nesta legislatura. Mas, especialmente, as expectativas são baixíssimas quanto às possibilidades da reforma administrativa.

O resultado desta pesquisa comprova que foi eficaz o trabalho de convencimento e pressão dos servidores públicos junto aos parlamentares e suas bases eleitorais ao longo de 2021. Se faz necessário que o conjunto do funcionalismo continue a mobilização em 2022 para barrar de vez a PEC 32.

A pesquisa perguntou aos parlamentares se o texto da PEC 32/2020 equaciona todos os privilégios ainda existentes no âmbito da máquina pública. Discordaram totalmente dessa hipótese 39,39% dos parlamentares ouvidos. E discordaram parcialmente 30,30%. Isto é, o grau de discordância com a ideia de que a PEC resolverá o problema é de quase 70% (69,69%).

Somente “concordam parcialmente” com a ideia de que a PEC equaciona os privilégios 12,12%. Não houve nenhum parlamentar que disse concordar “totalmente” e um percentual de 13,64% se declarou “indiferente”.

Maioria é contra flexibilizar estabilidade dos servidores públicos

A flexibilização da estabilidade do servidor público é um dos pontos principais da proposta de reforma administrativa. Mas, quando se avalia junto aos parlamentares, fica clara a dificuldade em se aprovar a reforma.

A maioria dos parlamentares ouvidos (60,61%) manifesta-se contrária à flexibilização da estabilidade do serviço público. Entre aqueles que admitem alguma flexibilidade, 27% consideram que ela poderia ser possível para cargos de gestão do Executivo. A maioria é contrária à flexibilização para as carreiras das agências reguladoras, de auditoria da administração tributária, Ministério Público, magistratura e polícias. Veja os percentuais no quadro abaixo:

Opinião dos parlamentares sobre a flexibilização da estabilidade do serviço público. Pesquisa realizada pelo Congresso em Foco Análise.

Os parlamentares seguem abertos à possibilidade de uma possível redução salarial do serviço público, embora haja equilíbrio nas respostas, quando perguntados sobre a possibilidade de uma redução de 25% nos salários dos servidores, 46,97% disseram favoráveis a uma redução geral. A carreira em que houve mais posicionamentos contrários que favoráveis a uma redução foi dos policiais.

Opinião dos parlamentares sobre uma possível redução salarial do serviço público. Pesquisa realizada pelo Congresso em Foco Análise.

Com informações de Congresso em Foco.

Foto em destaque: Adriano Machado/Reuters