COVID-19: vacinação para crianças entre 05 e 11 anos deve iniciar a partir de 19 de janeiro

Após as tentativas do governo Bolsonaro de impedir a vacinação de crianças contra a covid-19, com realização de consulta pública, ataques à Anvisa, entre outros entraves, finalmente as doses dos imunizantes para as crianças entre 05 e 11 anos começam a chegar no Brasil a partir do dia 13 de janeiro. A distribuição aos estados inicia no dia 14, com previsão de primeiras aplicações a partir do dia 19 de janeiro.

O esquema vacinal será composto por duas doses da vacina Pfizer destinada ao grupo infantil, com intervalo de oito semanas (56 dias) entre as doses. Segundo a Secretaria de Saúde do RS serão vacinadas primeiro as crianças na faixa dos cinco aos 11 anos com alguma comorbidade, como hipertensão, diabetes, asma, ou imunossuprimidos. Após essa etapa, a vacinação contemplará os grupos etários: 11-10 anos; nove e oito; sete e seis; e cinco anos de idade. Crianças indígenas e quilombolas serão vacinadas conforme orientação futura do Ministério da Saúde.

Não será necessária prescrição médica. Os pais ou responsáveis devem acompanhar a administração. Caso ausentes, será necessário apresentar autorização por escrito. Segundo a Prefeitura de Porto Alegre, os locais para vacinação serão divulgados na próxima semana, antes de quarta-feira, para que pais ou responsáveis das crianças possam se planejar.

Para atender a demanda, estima-se mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer em todo o Brasil. Em Porto Alegre, o público-alvo é composto por aproximadamente 120 mil crianças. Devem ser distribuídas 3,7 milhões de doses da vacina a estados e municípios, sendo elas em três remessas com 1,248 milhão de doses. A expectativa da Secretaria Estadual da Saúde do RS é de que a primeira remessa seja de 60 mil doses da vacina Pfizer.

Mais 300 crianças de 05 a 11 anos morreram de Covid-19

O risco de uma criança ser hospitalizada por covid-19 é 2.700 vezes maior que o risco de um efeito adverso relacionado à vacina. Segundo dados da SIPEV-Gripe foram identificados 2.978 casos de Covid-19 em crianças entre 5-11 anos. Dentre esses casos, ocorreram cerca 156 mortes, em 2020. E em 2021, já foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes, totalizando 6.163 casos e 301 mortes desde o início da epidemia até dezembro de 2021. Esses números representam uma incidência de 29,96 casos e 1,46 óbitos a cada 100 mil habitantes nessa faixa etária.

Além disso, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, se elevaram para 12.921, com 727 mortes, totalizando 23.277 casos de SRAG e 1.449 mortes desde o início da epidemia entre crianças de 0-11 anos. A SRAG associada à Covid-19 tem como sintomas tosse, coriza, obstrução nasal, febre e pode evoluir para um quadro de insuficiência grave, que pode exigir internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Também foram notificados cerca de 2.435 casos suspeitos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19 em crianças e adolescentes de zero a 19 anos no território nacional. Desses casos, 1.412 (58%) casos foram confirmados, com 85 óbitos.

Crianças de 5 a 11 anos diagnosticadas com a SIM-P, apresentaram disfunções cardíacas na evolução do quadro clínico, evidenciadas por ecocardiograma e/ou aumento de marcadores laboratoriais, o que incide em 1,91 casos de SIM-P com acometimento cardíaco a cada 100 mil crianças nesta faixa etária.

Também chama a atenção o fato dos efeitos colaterais da vacinação em crianças serem mais raros que as complicações da doença. A cada 1 milhão de crianças entre 05 e 11 anos que já receberam a vacina nos EUA, apenas 01 desenvolveu miocardite. Não houve casos de óbitos relacionados diretamente à vacinação de crianças.

Em nota pública, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid19) destaca que “com a chegada de uma nova variante como a Ômicron, com maior transmissibilidade, faz das crianças (ainda não vacinadas) um grupo com maior risco de infecção, conforme vem sendo observado em outros países onde houve transmissão comunitária desta variante. Neste contexto epidemiológico, torna-se oportuno e urgente ampliarmos o benefício da vacinação a este grupo etário.”

A segurança da vacina já é comprovada em estudos em diferentes partes do mundo e levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aprovar o uso emergencial da Pfizer infantil no Brasil em 16 de dezembro de 2021.

A ASSUFRGS Sindicato se coloca a favor da vacinação para crianças e pela valorização do SUS. Diga não ao negacionismo dos antivacina. Viva a ciência!

Saiba mais em: Secretária da Saúde do RS.

Com Informações de Prefeitura POA, CONASS e Instituto Butantan.

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