UFG é nova instituição a sofrer intervenção de Bolsonaro
Oito entidades ligadas à comunidade acadêmica da UFG divulgaram na manhã desta terça-feira (11/01), nota de repúdio contra a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na nomeação da nova reitora da Universidade Federal de Goiás. O mandatário ignorou a vontade dos trabalhadores, docentes e TAEs, e estudantes, que haviam escolhido, por meio de votação, a professora Sandramara Matias Chaves. “Ato despreza a autonomia universitária e pode provocar instabilidade na instituição de ensino”, afirma parte do texto.
Desde 2019, o presidente Jair Bolsonaro já escolheu mais de 20 reitores que não foram indicados pelas comunidades universitárias. A ASSUFRGS Sindicato presta solidariedade aos companheiros do Sint-Ifesgo, sindicato dos técnico-administrativos em Educação da UFG e à toda comunidade da Federal de Goiás. Estamos vivenciando de perto as consequências da intervenção de Bolsonaro na UFRGS, entre as mais graves o desprezo da atual administração pelo CONSUN e pelo estatuto de nossa instituição. Confira abaixo, a nota das entidades da UFG:
Nota de repúdio contra a intervenção do Governo Bolsonaro em nomeação de nova reitora da UFG
O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos das IFEs do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG, a Associação de Pós-Graduandos da UFG, a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), a União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO), a União Nacional dos Estudantes(UNE) e a Associação de Egressos e Egressas da UFG repudiam a postura antidemocrática do presidente Jair Bolsonaro, que decidiu não nomear a professora Sandramara Matias Chaves como reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), mesmo tendo sido a mais votada em consulta à comunidade universitária. O ato de Bolsonaro e seu ministro da Educação desrespeita a vontade da maioria dos professores, estudantes e trabalhadores técnico-administrativos da instituição e despreza a autonomia universitária.
A existência da autonomia universitária é tão importante que foi colocada na Constituição Federal, em seu artigo nº 207, como um direito fundamental para o funcionamento das universidades e instituições federais de ensino. Ela garante uma gestão independente, livre e plural, administrativamente e na produção da ciência e do conhecimento a serviço da sociedade, independente de governos e gestores. Ao desrespeitá-la, Bolsonaro quebrou uma tradição de décadas, que pode provocar instabilidade na UFG, e faz parte do projeto político deste Governo e seus generais que promovem o desmonte da universidade pública e o avanço do autoritarismo.
Bolsonaro desrespeitou a escolha da comunidade universitária, assim como desrespeita o povo brasileiro diariamente, com sua política desastrosa na educação, saúde, economia, meio ambiente e ciência. Desde o início do seu mandato, o presidente já escolheu mais de 20 reitores que não foram eleitos de forma democrática. Trata-se de um enorme retrocesso contra a democracia da universidade, promovido por um governo que reafirma diariamente seu perfil autoritário e coloca em risco a estabilidade do ambiente universitário.
Adufg-Sindicato, Sint-Ifesgo, DCE, APG UFG, ANPG, UEE, UNE e Egressos reafirmam seu compromisso com o respeito à vontade legítima da comunidade acadêmica, que fez, dentro dos marcos legais, sua escolha de quem deveria administrar a UFG nos próximos quatro anos. As entidades manterão a defesa intransigente do papel do Estado na garantia do ensino público gratuito federal no País.
Em defesa da autonomia universitária! Reitora eleita é reitora empossada! Fora Bolsonaro!
Goiânia, 11 de janeiro de 2021