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Abaixo-assinado pressiona CONSUN UFRGS a revogar títulos de Honoris Causa de generais da Ditadura Militar

No dia 14 de janeiro foi encaminhado ao Conselho Universitário da UFRGS uma petição proposta pelo Coletivo Memória e Luta, que solicita a revogação dos títulos de Professor Honoris Causa concedido a Artur da Costa e Silva, em 04/08/1967 (Decisão 64/67), e de Doutor Honoris Causa concedido a Emílio Garrastazu Médici, em 11/06/1970 (Decisão 51/70), ambos generais no período da Ditadura Militar.

O Coletivo Memória e Luta executou um Projeto de Extensão Memória: 50 anos dos Expurgos na UFRGS. Ele teve como propósito desvelar o processo dos expurgos a que foram submetidos numerosos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no período da ditadura civil-militar. Com esse intuito, a partir de novembro de 2019, ano do cinquentenário dos expurgos de 1969, várias atividades foram organizadas: instalação de um memorial em homenagem aos colegas expurgados no campus central da universidade; exposição de aquarelas produzidas pelo Prof. José Carlos Freitas Lemos (Faculdade de Arquitetura); organização de rodas de conversas com professores expurgados nos anos 1960 e representantes estudantis de hoje; apresentação de um documentário com depoimentos de professores expurgados e, por fim, organização do livro Os Expurgos da UFRGS: memória e história, publicado em 2021.

Na busca pela verdade histórica dos fatos, se sabe que tanto Artur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici, eram responsáveis, em última instância, não só pelos expurgos de inúmeros docentes, mas também pela morte e desaparecimento de centenas de homens e mulheres inocentes. Diante dessas gravíssimas violações aos direitos humanos durante a ditadura militar de 1964-1985, é incompatível com o Estatuto da UFRGS, que, em seu parágrafo segundo, afirma que a universidade deve ser “expressão da sociedade democrática e pluricultural, inspirada nos ideais de liberdade, de respeito pela diferença, e de solidariedade, constituindo-se em instância necessária de consciência crítica, na qual a coletividade possa repensar suas formas de vida e suas organizações sociais, econômicas e políticas” que tais personalidades sejam portadoras de tal título.

Ações como estas são essenciais por revelar à sociedade, e em particular à comunidade acadêmica, a violência impetrada pelos referidos governos militares. Nunca será demasiado lembrar,  para que nunca mais se repita!

Para apoiar a causa basta assinar o abaixo assinado, clicando neste link.