Acuado pela pressão do funcionalismo, Bolsonaro disse que irá suspender o aumento salarial para policiais

Nesta quarta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro informou que irá suspender o reajuste salarial de policiais federais, rodoviários e agentes do DEPEN. Até então, as únicas categorias que seriam beneficiadas com aumento salarial.

No orçamento de 2022, afirmando não haver recursos o suficiente para atender todo o funcionalismo público, o presidente priorizou reajustar apenas a categoria que compõe a sua base eleitoral, o que desagradou o restante do funcionalismo, que desde então vem organizaram mobilizações e paralizações a nível nacional.

Diante da paralisação, realizada neste dia 18 de janeiro, dos funcionários públicos em frente ao Banco Central e Ministério da Economia, o governo, pressionado, mudou sua estratégia e voltou atrás sobre privilegiar apenas uma categoria.

“Fica aquela velha pergunta tosca. Vamos salvar três categorias ou vai todo mundo sofrer no corrente ano? O tempo vai dizer como a gente vai decidir. Reconheço o trabalho dos servidores, que merecem reajuste, mas não tem folga no orçamento para o corrente ano”, argumentou Bolsonaro.

O FONASEFE, junto com demais entidades sindicais que vêm organizando uma mobilização nacional a favor do reajuste salarial pontuou desde o início não serem contra o benefício prometido aos servidores da segurança pública, mas sim a favor de que todas as categorias sejam beneficiadas. A ASSUFRGS Sindicato, em assembleia Geral neste dia 18 de janeiro, aprovou a adesão à agenda nacional de mobilizações por reajuste salarial e a realização do debate ampliado na base da UFRGS, UFCSPA e IFRS para a possibilidade de participação no indicativo de greve nacional, previsto para 09 de março.

Já são cinco anos sem reajuste salarial para diversas categorias do funcionalismo público e por isso a luta dos trabalhadores não se encerra com essa nova promessa de Bolsonaro, seguimos reivindicando a valorização dos servidores públicos e serviços públicos.

Bolsonaro ainda sugere deixar o reajuste somente para o ano de 2023. O chefe do Executivo tem até esta sexta-feira (21) para sancionar o Orçamento de 2022, que reserva R$ 1,736 bilhão para que o governo federal faça uma reestruturação em carreiras do funcionalismo público.