CONSUN UFRGS: terceirizados terão representação, criada comissão para analisar a extinção da Colônia de Tramandaí e pressão contra neonazismo na universidade

Nesta manhã (21), o Conselho Universitário da UFRGS aprovou que a Associação de Terceirizados Unidos ocupasse uma cadeira no Conselho Universitário. Com essa aprovação, fica garantido aos funcionários terceirizados da universidade o espaço e o direito para que se manifestem e votem – ainda que sub-representados – no conselho deliberativo máximo da Universidade. É uma vitória da luta dos trabalhadores terceirizados e momento histórico, tornando a UFRGS exemplo para demais universidades, ao integrar um trabalhador terceirizado em seu conselho. A conselheira Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS, ainda questionou a respeito do aumento do RU para os servidores e trabalhadores terceirizados.

Também foi realizada a apresentação da Proplan, sobre os recursos da universidade disponíveis para o retorno às atividades presenciais. O conselheiro Gabriel Focking, Coordenador-geral da ASSUFRGS, assim como outros conselheiros, questionou sobre a ausência de aquisição de mascaras pff2 para a comunidade universitária, salientando que são as mais recomendadas para a segurança de todos e ainda podem ser reutilizadas, minimizando o gasto financeiro.

O Coordenador-geral ainda relembrou na reunião sobre o episódio de censura que ocorreu na Universidade. “Nos entristece a escalada autoritária na UFRGS, que envolve censura à imprensa da universidade. Censura perpetrada pelo hoje então chefe de gabinete Mauricio Viegas.” Administração mandou retirar matéria do site da universidade que informava que o CONSUN tomou a decisão da necessidade de apresentação de comprovante vacinal nos espaços da UFRGS, entre outras decisões.
“Outro autoritarismo, é a transferência indevida da Colônia de Férias para uma pró-reitoria também indevida, que não deveria estar funcionando por decisão do CONSUN, a PROIR, gerenciada pelo Geraldo Jotz.”

SOBRE A COLÔNIA DE FÉRIAS DA UFRGS

O Consun aprovou a Criação de uma Comissão Especial para analisar a regularidade e tomar providências sobre a extinção da Colônia de Férias, e informaram que está sendo articulado um ato presencial no dia 29 de janeiro, na cidade de Tramandaí.

Tamyres Filgueira não deixou de se manifestar sobre o assunto. “Não podemos admitir que em um canetaço sem diálogo nenhum com a comunidade universitária do litoral, o Bulhões tire a Colônia de Férias que é tão importante na vida e na memória dos servidores e estudantes.”

O CLN possuía planos de utilização do prédio da Colônia para práticas de ensino que foi completamente ignorado no processo de decisão. “O campus litoral é o mais novo da UFRGS e é um campus com um potencial gigante que faz muito bem para a região litorânea. É composto por professores e técnicos altamente capacitados e tem tudo para ser uma grande potência que irá ajudar muito no desenvolvimento da localidade.”

Neonazismo na Universidade

A Coordenadora-geral da Assufrgs também trouxe ao debate o caso de Álvaro Körbes Hauschild, doutorando em filosofia, que proferiu ataques racistas a Sérgio Renato da Silva Júnior, estudante de Políticas Públicas da UFRGS.

“Eu me sinto muito incomodada e ameaçada por ser uma mulher negra, e saber que há um neonazista, identificado, que todos sabem que é, e a Universidade não ter nenhuma posição em relação a esse caso. Sabemos que os neonazistas são ideológicos, eles não são pessoas que não sabem o que estão falando, não são ignorantes e esse é o caso do Álvaro, um cara que defende essa ideologia, e sabemos que os principais objetivos desses grupos é estar vitimando pessoas negras como eu, homossexuais e judeus. E sabemos que esses tipos de movimentos são extremamente agressivos e defendem inclusive a morte destas pessoas que eles julgam ser seus alvos. Nós não temos tempos para esses discursos falsos que em prática não são efetivados, não adianta a UFRGS ter um discurso antirracista e não praticá-lo.”

Tamyres defendeu a expulsão do estudante de doutorado. Ainda nesta sexta-feira (21), a Comissão de Combate ao Racismo terá uma reunião às 17h, onde será cobrado da Unidade do estudante, o IFCH, um parecer favorável a essa expulsão.

“Para nós, tudo é pra ontem, pois são os nossos corpos negros que estão andando pela universidade e que podem amanha ser a vítima desses grupos neonazistas. Fora neonazistas da universidade. A UFRGS não pode defender neonazistas!”

Demonstrando o descaso com a comunidade universitária, o Reitor da UFRGS, Carlos Bulhões, não compareceu novamente a reunião do Conselho Universitário.