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Calendário acadêmico da UFRGS pode ser alterado

O ano de 2022 surpreendeu muitos estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul quando foram noticiados com o calendário acadêmico que espremeu três semestres dentro de um único ano só.

Entretanto, o calendário ainda pode sofrer alterações, pois essa proposta deverá ser analisada novamente nesta segunda quinzena de janeiro, na próxima sessão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), prevista para esta quarta-feira (26).

O ano inicia com o semestre 2021/2 e já no mês de junho está previsto o semestre 2022/1. O semestre 2022/2 inicia em novembro. se encerrando em abril de 2023. Essa pressa para correr com os semestres é uma “tentativa” de sincronizar o ano civil com o calendário acadêmico, que se atrasou devido ao período no inicio da pandemia em que a Universidade ficou parada.

Os integrantes do CEPE pretendem apresentar um novo parecer, solicitando aumento de dias entre os intervalos dos semestres. Gloria Tavares, representante Técnico-Administrativa em Educação, integrante do conselho ainda ressalta outros pontos. “Existe também a questão das aulas no verão, onde as escolas estão fechadas, isso prejudica os alunos estagiários. Outra questão é que não queremos antecipar o semestre 2022/2, sem antes ouvir a comunidade universitária.” Ainda há questões como estruturas da própria universidade, que no momento, não possui todos os aparatos para receber uma grande quantidade de alunos ainda em um período de pandemia. “Faltam perspectivas sanitárias e infraestrutura na UFRGS. Não temos ônibus circulando e os RUs estão sem condições de atender a demanda.”

A conselheira do CEPE, Elisabete Búrigo, diretora do ANDES/UFRGS, afirma que “não sabemos se esse calendário é viável, pois nem as coordenações dos cursos foram consultadas.” O ensino remoto já precarizou o aprendizado em diversos cursos e este encurtamento semestral pode prejudicar ainda mais algumas disciplinas.

O estudante da UFRGS, Daniel Oliveira, conselheiro do CEPE, conta que “O conjunto da universidade fez uma série de documentos com planejamentos concretos para um retorno que envolve uma preocupação com RUs, lotação de salas de aula e várias outras questões. A reitoria não respondeu nenhuma das propostas e também não apresentou um plano de retorno que seja seguro para os estudantes, técnicos, professores e terceirizados. A nossa principal preocupação é com o retorno seguro e com um plano que dialogue com toda universidade. Na reunião de quarta feira do CEPE vamos apresentar um projeto divergente de calendário e estamos confiantes de que será aprovado e que vamos avançar nesse debate dentro da universidade.”

O retorno presencial

Inicialmente, o retorno presencial deveria ser realizado no dia 17 de janeiro, entretanto, o CONSUN decidiu adiar esse retorno para 7 de fevereiro, o que pode ser alterado novamente. Embora de um ponto de vista regimental seja possível primeiramente estipular um calendário e depois decidir se haverá o retorno presencial ou não, a diretora afirma que para efetuar o regresso às aulas presenciais é necessário também elaborar um calendário especifico para isso, que contemple as especificidades de cada curso e não somente a necessidade de “recuperar o tempo perdido”.

A nova reunião do CEPE UFRGS ocorrerá no dia 26 de janeiro para que essas e outras questões sejam discutidas.

Foto: Gustavo Diehl/UFRGS